Quase sete meses após o governador Fernando Pimentel (PT) pedir ajuda ao governo federal para enfrentar a crise hídrica em Minas Gerais, a companhia de saneamento do Estado anunciou que, pelo menos na Grande Belo Horizonte, a possibilidade de racionamento está descartada.
Em anúncio feito nesta segunda-feira (10), a presidente da Copasa (empresa de economia mista de saneamento de Minas), Sinara Meireles, afirmou que três fatores colaboraram para a decisão: a economia de água feita pela população, maior quantidade de chuva em relação ao ano passado e a conclusão de uma obra prevista para dezembro.
“Peço apenas um esforço adicional agora nos meses de agosto e setembro para a gente vencer esse período de estiagem ainda com economia de água, porque uma importante obra vai ser concluída no fim do ano e, com isso, vai ser afastada qualquer possibilidade de racionamento para este ano e para os anos seguintes”, disse ela.
Iniciada em maio, a obra custará R$ 128 milhões com recursos do Estado e prevê a transferência de 5.000 litros por segundo do rio Paraopeba para a estação de tratamento do rio Manso, que faz parte do sistema que abastece a capital mineira.
Em janeiro, Pimentel havia pedido essa verba ao governo federal, mas o pagamento, segundo a Copasa, foi feito com dinheiro estadual.
Com o bombeamento, a região deve ficar menos dependente da água acumulada nos reservatórios do sistema. Segundo Sinara, isso asseguraria estabilidade na Grande BH “pelo menos por um horizonte de 20 a 25 anos”.
A divulgação foi feita em conjunto pela presidente e diretores do órgão de saneamento. Eles dizem que, mesmo se as obras atrasarem, não haverá restrição.
Também afirmam que ao menos até maio de 2016, não haverá reajustes na tarifa de água.
Questionada se o anúncio do início do ano foi desnecessário, Sinara respondeu que “por pouco” não houve racionamento e sobretaxa.
“Precisávamos trabalhar da forma mais responsável possível. Trabalhamos com um cenário de não redução do consumo por parte da população e da repetição, em 2015, da chuva de 2014”, disse.
No começo do ano, quando a possibilidade de racionamento foi divulgada, os reservatórios do sistema que abastece Belo Horizonte estavam em um nível de 30,3%. Atualmente, o volume é de pouco mais de 31% -situação que só deve ser revertida quando a obra de bombeamento do rio Paraopeba for concluída.
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