Ocupação no bairro da Fazendinha, em Curitiba| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

As empresas Comércio de Materiais de Construção MFN e Maderje Materiais de Construção foram multadas em R$ 123 mil pela Prefeitura de Curitiba, nesta quarta-feira (24), por levarem material de construção a uma área invadida no bairro Fazendinha.

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Também será solicitada à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente que investigue a ação destas empresas, pois a venda e entrega de material foi feita em uma área de preservação permanente.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente multou cada uma das empresas em R$ 61.566,41. As multas foram aplicadas após vistorias de fiscais da Secretaria do Meio Ambiente que registraram a presença de veículos, carregando material de construção para dentro do terreno. Os fiscais registraram em fotografias a entrada e saída de caminhão, camionete, Kombi e Saveiro carregados de material. O relatório da fiscalização ambiental da Prefeitura está sendo encaminhado à Polícia Civil.

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Na semana passada, foram pedidos ao Batalhão da Polícia Florestal e à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente que investiguem as infrações ambientais cometidas neste terreno. Outra medida tomada foi a comunicação ao Ministério Público para que a Promotoria de Meio Ambiente acompanhe as investigações dos demais órgãos.

Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a empresa Comércio de Materiais de Construção MFN informou que vai entrar em contato com o jornal nesta quinta-feira (25). O gerente da loja Maderje Materiais de Construção, João da Silveira Júnior, disse que não concorda com a multa da prefeitura. "Nós tratamos como uma compra de um cliente. Não sabíamos que eles estavam fazendo algo de errado ou que havia alguma lei sobre isso", disse. "O engraçado é que no local há várias coisas erradas, como fios de energia elétrica clandestinos, mas a prefeitura não faz nada sobre isso".

Invasão

No começo deste mês, cerca de 600 famílias invadiram e acamparam em um terreno pertencente a Varuna Empreendimentos Imobiliários. Dez dias depois, a invasão já contava com aproximadamente 1,5 mil famílias, ou cerca de 6 mil pessoas. O local também ganhou ligações irregulares de energia elétrica, pequenas casas de madeira e até um escritório de advocacia.

A Varuna conseguiu, na segunda-feira (15), uma ordem de reintegração de posse da área de aproximadamente 170 mil metros quadrados. A juíza Julia Maria Tesseroli determinou um prazo de cinco dias para que todos os acampados se retirem do terreno, sob pena de desocupação com reforço policial, caso a decisão não seja obedecida.

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O prazo terminou na terça-feira (23), porém as famílias permanecem no local. A Varuna informa que aguarda a reintegração de posse e que a polícia tomará as providências necessárias sobre o caso.