Uma enfermeira investigada pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento em supostos homicídios ocorridos na UTI do Hospital Evangélico, em Curitiba, se apresentou na tarde desta segunda-feira (25) ao Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), que investiga o caso.
A profissional, que não teve o nome divulgado, chegou ao núcleo por volta das 14h45, junto com o advogado dela, Jefferson Hedder dos Reis. Após depor por cerca de duas horas e meia, ela deixou a delegacia. A Polícia Civil informou apenas que a enfermeira foi levada para um centro de detenção de Curitiba, mas não especificou o local.
Nem a enfermeira e nem Reis conversaram com a imprensa no local. O Nucrisa também não deu declarações aos jornalistas.
Evangélico
Como resposta à investigação pela morte de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva Hospital Evangélico, o diretor técnico da instituição Luiz Felipe Mendes, disse, nesta segunda-feira, que a ação policial que levou à prisão temporária a médica Virgínia Soares de Souza e outros quatro funcionários do local configura abuso pela maneira como foi conduzida até agora.
Mendes classificou a ação como constrangedora e relatou que vai pedir uma apuração sobre o suposto exagero na ação policial.
Em nota, a direção da Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba (SEB), mantenedora do Hospital Evangélico, disse estar passando por uma situação "peculiar". A SEB classificou ainda as investigações como constrangedoras e lamentáveis e diz que todos os setores do hospital e seus funcionários estão sendo envolvidos nas investigações.
Defesa
A defesa da médica Virgínia Soares de Souza, que teve a prisão temporária decretada na semana passada durante uma investigação sobre a morte de pacientes dentro do Hospital Evangélico, informou nesta segunda-feira que aguarda um parecer sobre um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) para tentar forçar o acesso total ao inquérito policial que investiga homicídios na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico.
Segundo o advogado Samir Assad, que integra a defesa de Virgínia, o órgão do TJ-PR determinou o acesso integral ao processo já na primeira vez em que houve o pedido de acesso às provas da investigação, o que ocorreu na última quarta-feira (20), logo após a prisão da médica.
Mesmo com a decisão favorável, segundo Samir, a delegada do Nucrisa, Paula Brisola, forneceu apenas uma cópia, sem as mídias com gravações e sem os prontuários médicos que foram recolhidos no Hospital Evangélico como possíveis provas.