O entra e sai de alunos na Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi constante neste domingo (13). A ocupação dos estudantes no prédio, na região central de Curitiba, completa 14 dias. No dia 31, cerca de 200 alunos ocuparam o espaço. Desde então, eles se revezam no local. A música é frequente no espaço. Batucadas e canções de Os Mutantes animaram, por exemplo, o espaço neste domingo. O som era audível para quem andava nas proximidades do local. A entrada ao prédio é restrita aos estudantes e a quem participa do movimento.
Das janelas do edifício era possível observar alguns arrumando colchões e cobertas. Outros acendiam cigarros e sopravam a fumaça janela afora. As faixas penduradas nas paredes externas também aumentam a cada dia. A mais nova avisava à imprensa que a reintegração de posse solicitada pela UFPR na sexta-feira (11) à Justiça Federal ainda não foi concedida.
Segundo uma das integrantes do movimento, Amanda Feijó, são realizadas oficinas e rodas de debates pelos próprios universitários que tratam de diferentes assuntos, como questões de gênero, abusos e saúde. No sábado, parte dos estudantes foi até a Rua XV para distribuir panfletos.
Assembleia
Mesmo na expectativa para saber se a reintegração de posse será acatada ou não pelo Judiciário, os alunos afirmam que irão manter a greve estudantil. Nesta segunda-feira (14), às 18h30, na própria Reitoria, uma assembleia definirá o rumo do movimento. Uma possível desocupação do prédio deve ser debatida. “Mesmo se decidirmos sair da Reitoria, o movimento continua”, diz Amanda, uma das porta-vozes.
Entre as principais reivindicações estão a abertura do orçamento da universidade; melhora na assistência estudantil, como auxílio-moradia, auxílio-permanência, auxílio-creche, auxílio-alimentação e a casa estudantil; recuo no corte de 56 bolsas de pesquisa e suspensão do calendário letivo.
A UFPR
A UFPR espera que a Justiça Federal tenha algum posicionamento sobre o pedido de reintegração de posse até terça-feira (15). A Reitoria ainda alega que, por causa da ocupação, não conseguiu efetuar no quinto dia útil de setembro (9) os pagamentos das bolsas estudantis. Outro prejuízo, segundo a instituição, é o repasse de verbas e auxílios para apresentação de trabalhos e participação em eventos científicos.