Para especialistas, mudanças são urgentes. Segundo o ex-secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) Cesar Callegari, o ensino médio precisa de uma revolução, feita com muita coragem. “Não adianta mais ficar remendando uma estrutura que evidentemente não corresponde às necessidades dos jovens, das escolas e do País”, diz o também ex-secretário municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo. “É importante que a meninada tenha como exercer seu protagonismo.”
Os indicadores de qualidade do ensino médio do País estão praticamente estagnados, e não é diferente em São Paulo. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio paulista caiu entre 2011 e 2013, de 3,9 para 3,7, ficando abaixo da meta daquele ano (que era de 3,9) e distante da meta a longo prazo: chegar a 5,1 em 2021. No indicador estadual realizado todos os anos, houve variação positiva no Idesp em 2014 com relação ao ano passado. Passou de 1,83 para 1,93 - o ideal é chegar a 5. O maior problema é que os resultados nas avaliações de Português e Matemática estão estagnados em níveis muito baixos há anos.
A pesquisadora Paula Louzano, doutora em Política Educacional pela Universidade Harvard, vê a falta de um esforço para uma sistematização articulada entre os níveis de ensino. “Há uma ideia de que nosso ensino é enciclopédico, mas nem a esse ponto chegamos. Se os alunos soubessem o que é porcentagem, mas não entendessem para que serve, seria isso. Mas a maioria dos alunos não sabe nem porcentagem”, diz. “Vejo com muita desconfiança reformas no ensino médio sem mexer nos anos finais do ensino fundamental.”
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