Brasília - Se as denúncias de envolvimento em escândalos de corrupção não foram suficientes para afastar do poder os políticos sob suspeita, elas colocaram por terra os planos de vôos mais altos. Antes das primeiras denúncias do "valerioduto", os nomes mais influentes em Brasília almejavam as cadeiras de senador, governador e até a de presidente da República em 2010. Hoje, apesar de confiantes, contentam-se com uma vaga na Câmara que lhes permitam reconstruir o patrimônio político perdido.
O exemplo mais emblemático é o do ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda). Ministro que formava a espinha dorsal do governo Lula, fazia planos de se tornar o homem mais influente de um possível segundo mandato do presidente para então acalentar o sonho de chegar ao Palácio do Planalto em 2010. Seus planos ruíram com a série de acusações de seus ex-assessores em Ribeirão Preto e com a denúncia de que ordenou a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Outros parlamentares foram obrigados a pôr os pés no chão, como o deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), segundo-secretário da Câmara, que, acusado de integrar a máfia dos sanguessugas, decidiu na última hora retirar sua candidatura ao Senado. Também tinham ambições maiores o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), que sonhava com o governo de São Paulo; o ex-líder do PL Sandro Mabel (GO), que planejava governar Goiás; e o ex-líder do PP deputado Pedro Henry (MT), que tinha planos de disputar uma vaga no Senado.