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Morte no Haiti

Era desejo de Zilda Arns morrer trabalhando, diz família

Filhos e netos de Zilda Arns falaram sobre a médica em coletiva à imprensa | Rodolfo Buhrer/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Filhos e netos de Zilda Arns falaram sobre a médica em coletiva à imprensa (Foto: Rodolfo Buhrer/Agência de Notícias Gazeta do Povo)
Filhos e netos de Zilda Arns durante a coletiva |

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Filhos e netos de Zilda Arns durante a coletiva

Em meio à comoção do luto, filhos e netos da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns concederam uma entrevista coletiva à imprensa no início da tarde deste sábado (16). Na oportunidade, apresentaram uma mulher que, apesar da rotina atribulada, não deixava de comparecer aos eventos familiares e que se preocupava com a família da mesma forma que se dedicou no trabalho frente à Pastoral da Criança.

A entrevista ocorreu no local do velório da médica, o Palácio das Araucárias, sede do governo estadual. Estavam os quatro filhos, Rubens, Nelson, Heloísa e Rogério Arns, e os dez netos, que têm idades entre 2 e 18 anos. Sem um porta-voz eleito, os familiares falavam complementarmente.

Eles contaram que Zilda fazia questão de reunir a família em datas festivas, mesmo que estivesse em período de trabalho na Pastoral. Antes de cada almoço e cada jantar, orava, em português e em alemão, em agradecimento. E na época dos últimos feriados de Natal e Réveillon, chegou a dizer que se tratava do melhor fim de ano de todos.

Incentivava cada um dos netos, que tinha como xodó, a praticar esportes e se alimentar adequadamente. E não ficavam restritas à área da saúde as recomendações da avó às crianças: pianista, ela estimulava cada um dos netos a se aproximar da música, relataram os filhos. Uma das netas da missionária, Caroline, de 14 anos, disse que ainda não está muito claro para ela que a avó morreu. "Parece que ela está viajando e ainda não retornou", disse. A adolescente disse que sentirá falta de Zilda "em cada coisa", já que tudo lembrará dela.

Mas apesar do momento de tristeza, a família se disse feliz por um lado. De acordo com os filhos, era desejo dela ter uma "boa" morte, o que significava morrer trabalhando. "Ao menos ela teve a morte que queria ter", disse Rubens, o filho mais velho.

Tragédia

Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pela presidência da República.

A médica havia chegado a Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para a sexta-feira (15).

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