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Vida dedicada à saúde pública
Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Leia o perfil completo
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A visitação pública ao velório da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, que ocorre no Palácio das Araucárias, sede do governo estadual, desde a manhã de sexta-feira (15), foi encerrada às 13h30 deste sábado (16). Às 14 horas, uma missa de corpo presente, celebrada pelo cardeal e arcebispo primaz do Brasil Dom Geraldo Majela Agnello, marca a última despedida do público à fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, que morreu no forte tremor que abalou o Haiti.
Na sexta-feira (15), diversas autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estiveram em Curitiba para o último adeus à médica. Neste sábado, o dia começou com pouco movimento e sem filas para visitação ao velório. No início da tarde, filhos e netos de Zilda deram uma entrevista coletiva à imprensa, na qual falaram sobre aspectos pessoais da vida da missionária. Segundo eles, era desejo da médica morrer trabalhando.
A partir das 14 horas, para que a população possa acompanhar a missa de corpo presente, a celebração será exibida em telões do lado de fora do Palácio e transmitida pela TV Paraná Educativa. No site da Pastoral da Criança será disponibilizado um link para a transmissão da celebração pela internet.
A missa será seguida do sepultamento, no Cemitério da Água Verde, em cerimônia restrita aos familiares.
Visitas de todo o país
Segundo a assessoria de imprensa da Pastoral da Criança, ao longo da madrugada deste sábado diversas caravanas de voluntários da entidade, vindos do interior do Paraná e de estados como Santa Catarina, Bahia e Ceará, passaram pelo local. Ônibus vindos de outras localidades do país ainda devem chegar até o início da tarde para participar da missa de despedida à Zilda.
Maria Olinda da Silva, de 78 anos, é voluntária da Pastoral há 20 anos e, embora more em Aracaju (SE), a mais de 2,5 mil quilômetros de Curitiba, fez questão de dar o último adeus à amiga, que conheceu quando morava na Bahia. Veio de avião, com uma colega. "O que me impressionava é que quando andava com ela pela Bahia, todos a viam como uma santa, queriam tocá-la, pediam autógrafos, e ela não negava nenhum pedido. Falava com cada uma das pessoas", lembra.
Até o início da noite de sexta, aproximadamente 5 mil pessoas passaram pelo Palácio das Araucárias. A Polícia Militar (PM) deve divulgar uma estimativa mais atualizada sobre o número de visitantes até o fim desta manhã.
Autoridades se despedem de Zilda Arns
O reconhecimento do papel de Zilda como articuladora de políticas públicas para a população ficou evidente com a passagem de diversas autoridades por seu velório. Lula chegou ao local por volta das 20h30 de sexta-feira. Primeiramente, ele se reuniu com o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB) e depois se encontrou com familiares de Zilda Arns. O presidente veio a Curitiba acompanhado de uma comitiva de trinta pessoas, entre ministros e assessores, inclusive a ministra da Casa Civil e pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Leia aqui o que parentes e autoridades falaram sobre Zilda Arns
Neste sábado, estiveram pelo local Marie-Pierre Poirier, representante da Unicef no Brasil, a senadora Marina Silva (PV-AC), o ex-governador do Paraná Jaime Lerner, o ex-prefeito de Curitiba e secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal, Cassio Taniguchi, e o deputado federal Angelo Vanhoni (PT).
Estiveram presentes, na sexta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB), o senadores Alvaro Dias (PSDB), o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).
Entre as lideranças religiosas da Igreja Católica que passaram pelo local estiveram Dom Geraldo Magella Agnelo, cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, co-fundador da Pastoral da Criança; Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB); Dom Aldo Di Cillo Pagotto, arcebispo da Paraíba e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança; Dom José Antonio Peruzzo, Bispo de Palmas e Francisco Beltrão (PR) e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Pessoa Idosa; Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo de São Félix do Araguaia (MT), primo de Zilda; Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca (SP), representando Dom Paulo Evaristo Arns, impossibilitado de comparecer por motivos de saúde; Irmã Márian Ambrósio, presidente Nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil; Dom Moacyr José Vitti, arcebispo metropolitano de Curitiba; Dom Dirceu Vegini, bispo auxiliar de Curitiba; Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá; Dom Raimundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e presidente do Celam; Dom Nelson Westrup, bispo de Santo André; e Dom Orlando Brandis, bispo de Londrina.
Segundo a Pastoral da Criança, participaram da última homenagem à Zilda representantes de várias outras tradições religiosas, entre os quais o monge hindu Swami Nirmalatmananda.
Chegada ao Brasil
O caixão com o corpo da missionária chegou por volta das 11h30 de sexta ao Palácio, depois de ser levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba.
O avião que trouxe o corpo da médica do Haiti chegou por volta das 3h30 em Brasília, e partiu às 8h30 da base da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Paraná. No Aeroporto Afonso Pena, o avião pousou por volta das 10h20.
O senador Flávio Arns, sobrinho de Zilda, acompanhou o transporte do corpo desde o Haiti. Cerca de 50 familiares foram autorizados a ir até a pista do aeroporto para acompanhar a retirada do caixão da aeronave. Do terminal, a urna funerária seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado pela PM e seguido por carros de parentes de Zilda.
Logo que chegou ao Palácio das Araucárias, por volta das 11h30, a urna funerária foi diretamente levada à sala onde acontece o velório, mas as portas do prédio não foram imediatamente abertas ao público. Entre as 11h45 e 12h15, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração à Zilda no local do velório. Ele fez um agradecimento ao trabalho da missionária.
Flores
Segundo os familiares, seria o desejo de Zilda Arns que no lugar de coroas de flores, fossem feitas doações para o trabalho da Pastoral da Criança. Quem quiser fazer contribuições deve acessar o site www.pastoraldacrianca.org.br.
A tragédia
Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pela presidência da República.
A médica havia chegado a Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para a sexta-feira (15).
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