Dois homens invadiram o Colégio Estadual Santo Agostinho, no Boqueirão, Zona Sul de Curitiba, na madrugada desta quinta-feira (30), e destruíram boa parte do material escolar da instituição. Imagens da ação que foram gravadas antes de as câmeras de segurança da escola serem quebradas mostram dois homens, entre 18 e 20 anos, que não foram identificados pela direção da escola. Pelo menos outras três instituições da região passaram por situações parecidas recentemente.
A diretora do Santo Agostinho, Cleide Aparecida Rodrigues, conta que a dupla entrou na sala em que há materiais de educação especial, no xerox, na sala da direção e da equipe pedagógica "destruindo tudo, arrancando gaveta, jogando no chão, quebrando as câmeras". Depois foram à sala da secretaria, em um prédio separado.
Em levantamento preliminar, Cleide estima que os prejuízos podem ficar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) deve reunir-se para estudar medidas a serem tomadas.
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) informa que as escolas recebem recursos de um Fundo Rotativo para necessidades do dia-a-dia, o qual já possui previsão para reposição de vidros quebrados, pequenos reparos e compra de materiais de consumo, verba que pode ser redirecionada para repor o que foi danificado. Caso o dano tenha sido grande, "o diretor protocola o pedido para a Secretaria da Educação, que analisará a necessidade ou não de licitação para a obra", informa.
A Seed vai solicitar ao comando da Polícia Militar (PM) que intensifique as rondas na região. A orientação do estado é que os diretores façam Boletim de Ocorrência para relatar o que foi furtado. O caso deve ser repassado ao 7.º distrito da Polícia Civil, assim que a administração da escola finalizar o levantamento de danos.
Vandalismo recorrente
Situações similares ocorreram nos últimos meses nos colégios estaduais Professor Victor do Amaral, no Hauer, e Jayme Canet, no Xaxim, segundo a diretora do colégio Santo Agostinho. Já no Centro Estadual da Educação Profissional de Curitiba (Ceep), também no Boqueirão, a situação chegou a tal ponto que cerca de 300 pessoas fecharam a Avenida Marechal Floriano Peixoto. no último dia 17, e exigiram mais segurança.
O diretor auxiliar Andrey Migliorini conta que entre agosto e setembro o CEEP foi invadido 15 vezes, sempre associado a pequenos furtos. "Teve bastante prejuízo da cantina, levavam comida, carne congelada. A gente tem as imagens, mas não tem o que fazer. Um deles chegou a levar embora uma câmera", conta.
Ronda policial
Além disso, alunos do Ceep sofriam com roubos e assaltos no entorno da escola, nos horários de entrada e saída das aulas. Após o protesto, viaturas da PM passaram a fazer uma ronda diária próximo à escola, entre as 17h e as 21 horas.
O comandante do 20.º Batalhão, major Dorian Cavalheiro, responsável pelo policiamento na região, explica que fará o patrulhamento no local até que um efetivo do Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária (BPEC) assuma.
Sobre as ações fora de horário escolar, no entanto, o major acredita que "é complicado dizer que vai inibir tudo porque não tem como, é impossível". No caso da destruição nas escolas, acredita, é mais um caso de "falta de educação, de cultura" do que de segurança pública.