Não é possível entender a história contemporânea do Paraná sem passar pelos impactos provocados pela Geada Negra, em 1975. É dessa forma que o jornalista e editor da Gazeta do Povo Adriano Justino, autor do documentário Geada Negra (2008), encara o fenômeno que transformou as cidades e os campos do estado.

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O mais longo de todos os invernos

Para estudioso, improviso pautou fim da cultura cafeeira no Paraná. O estado se reinventou, mas resta dar o próximo passo

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O mais longo de todos os invernos Segundo ele, a geada deve ser entendida como um divisor de águas na história paranaense. “Houve uma saída abrupta de pessoas do campo para a cidade, o que fez aumentar a periferia da zona urbana. O impacto da geada é visível até hoje”, afirma Justino.

O documentário foi o primeiro filme que relatou de maneira compilada os antecedentes e as consequências da Geada Negra na região cafeeira do Paraná.

Justino relata que teve muitas dificuldades para encontrar material de pesquisa sobre o assunto. “É um tema que tem pouco conteúdo organizado. Tivemos dificuldades para encontrar filmagens da época, por exemplo”, relata.

A realização do documentário, segundo o jornalista, teve como ponto de partida a curiosidade acerca da neve que caiu em Curitiba no dia 17 de julho de 1975 – um dia antes da Geada Negra. Pesquisando a respeito do tema, Justino se deparou com os efeitos que o frio daquele ano trouxe para o restante do estado. Além disso, as próprias lembranças de infância contribuíram para a realização do filme.

O avô de Justino também foi um dos atingidos pela Geada Negra. Ele saiu da lavoura de café em Apucarana, no Norte Novo, e se mudou para a zona urbana do município. “Mas ele tinha um pé de café de três metros de altura em casa. E isso ficou marcado na minha memória. Mesmo fora do campo, cultivou um pé de café no quintal de casa”, conta o jornalista.

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