Sorteados entre 290 mil pessoas, três brasileiros, um venezuelano e um italiano se confessaram ontem com o papa Francisco na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio. Ao final do encontro, um dos peregrinos definiu Francisco como o "santo padre do povão" e outro disse que a "humildade brota dos olhos dele".
Ao receber a notícia de que se confessariam com o membro mais importante da Igreja, a maioria deles pensou que se tratava de um trote, segundo o padre Leonardo Lopes de Souza, que participou da organização do evento. A recomendação era que cada um passasse três minutos com Francisco.
O funcionário público Antônio Luís de Amorim, de 21 anos, diz que ficou sabendo há dois meses que se confessaria com o papa Francisco. Mas uma das regras impostas era de que ele não contasse para ninguém. "Foi uma alegria, mas uma alegria contida Nem minha mãe sabia", conta o rapaz, que veio de Cuiabá (MT). Segundo ele, a confissão foi rápida, de apenas dois minutos, mas "inesquecível".
Na manhã desta sexta-feira o papa chegou ao local adiantado em meia hora, às 9h30, e saiu 40 minutos depois. Cerca de 400 convidados, entre peregrinos, escoteiros e religiosos, acompanharam a confissão dos jovens na Quinta da Boa Vista. O pontífice chegou de carro com vidro aberto à área dos confessionários montada no parque e foi levado por um corredor formado por peregrinos até as tendas em que ouviu as penitências dos cinco jovens.
A italiana Claudia Gianpietro, 27, também estava entre os sorteados. "Tentei viver essa confissão como uma confissão cotidiana. Queria apenas compartilhar o jeito simples do papa", disse ela.
A venezuelana Estefaní Lescano, de 21 anos, não teve tanto sangue frio. "Fiquei emocionada e contente. Acho que estava mais nervosa que em outras confissões", disse.
Amanda Neves, de 18 anos, aproveitou o público católico presente para vender miniaturas de plástico do papa. "Só hoje (ontem), vendi 48. Em 24 horas, foram mais de 300", diz. O boneco do pontífice estava à venda por R$ 15.