O governador em exercício, Flávio Arns (PSDB), informou na manhã desta segunda-feira (28) que um delegado especial será nomeado para apurar as denúncias de que integrantes da cúpula da Polícia Civil utilizam veículos descaracterizados da corporação para realizar tarefas pessoais, como levar os filhos na escola e ir a prostíbulos.
Ele também determinou a vistoria de todos os carros reservados utilizados pelas 30 secretarias do Paraná. O anúncio das medidas é uma resposta à série de irregularidades expostas pelas reportagens da série Polícia Fora da Lei da Gazeta do Povo.
O vice-governador comentou o caso pouco antes da posse do ex-secretário da Casa Civil, Durval Amaral no Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR). "Já determinei várias medidas. Todos os procedimentos estão sendo vistos, documentos da polícia serão tornados públicos para que a polícia possa se posicionar diante das denúncias. Os procedimentos tem que ser aprimorados", disse Arns.
Segundo ele, cada secretário de estado ficará responsável por averiguar a situação dos veículos oficiais a disposição dos servidores. O governador em exercício comentou que a medida já foi determinada aos titulares de cada pasta em uma reunião no início da manhã desta segunda. Porém, os detalhes do procedimento ainda não foram divulgados.
Arns exerce a função de governador porque o titular, Beto Richa (PSDB) entrou em férias no último dia 22 para viajar à Espanha com a mulher e secretária estadual, Fernanda Richa, além de amigos. O governador ficará fora durante 15 dias e só deve retornar ao Palácio Iguaçu no próximo dia 5 de junho. O pedido de férias, autorizado pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), ocorreu dois dias depois do início da série de reportagens "Polícia Fora da Lei" da Gazeta do Povo.
Corregedoria foi informada
A Corregedoria-geral da Polícia Civil já havia sido informada há seis meses que viaturas da corporação vinham sendo usadas para fins particulares. O alerta foi dado por meio de ofício pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual, responsável pelo controle externo das polícias. Nenhuma providência foi adotada, como constatou a reportagem da Gazeta do Povo ao flagrar delegados, escrivães e investigadores usando esses carros oficiais para ir às compras, levar os filhos à escola e até para ir a casas de prostituição.