Há 14 anos, Lovaine Loures Souza chegou a Araucária com seis filhos em busca de uma nova vida. Vinda de Marmeleiro, na Região Sudoeste do estado, deixou para trás os problemas com o ex-marido e se instalou perto de alguns familiares. Hoje, com um novo companheiro e parte dos filhos criados, vive do seguro desemprego e dos ganhos do atual marido, que trabalha como pedreiro. Apesar de não reclamar da vida, seu padrão está abaixo daquilo que se espera para alguém que reside em uma das cidades mais ricas do Paraná.
A casa simples, que está sendo desmanchada para a construção de uma nova, é uma exceção no bairro Shangai. Ao lado de um córrego de esgoto, o local não tem pavimentação e contrasta com um cenário formado por casas de alvenaria e ruas asfaltadas. "Quando cheguei aqui era pior, nem a rua existia", relata Lovaine, que hoje vive com quatro filhos, um deles ainda de colo. Juntos, ela e o marido têm vivido com uma média de R$ 1 mil mensais, inferior ao rendimento médio per capita de Araucária, de R$ 763,98. "Mas a gente consegue se manter bem e pagar as contas", garante.
Apesar das restrições
A alguns quilômetros dali, em Piraquara, o empresário Hildebrando Tuca Reinert também desafia as estatísticas do município. Há 11 anos ele comanda uma empresa que fornece guardanapos e embalagens de papel para todo o Brasil, inclusive grandes redes de fast food. É uma das poucas indústrias a conseguir se instalar em uma cidade onde 93% do território tem restrição ambiental. "Como empresário, percebo as dificuldades no município para gerar arrecadação e criar empregos", relata.
Hoje, sua empresa gera 450 empregos diretos e tem como um dos objetivos para os próximos anos começar a exportar a produção para países do Mercosul. "Temos crescido numa média de 20% ao ano. Em cinco anos, devemos dobrar nossas atividades", projeta.