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A perspectiva de desabastecimento de energia no Brasil está descartada pelo menos até 2015, salientou hoje (13), em entrevista Agência Brasil, o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde José de Castro.

Com a entrada do Gás Natural Liquefeito (GNL) este ano em Pecém (CE) e no estado do Rio de Janeiro em 2009, Castro indicou que só pode acontecer algum problema que ficaria nas mãos de São Pedro, devido característica estrutural do setor elétrico brasileiro, cuja base é hidrológica. Então, eventualmente, se não chover nada, vai dar um problema não só no setor elétrico, mas na sociedade brasileira como um todo.

As duas unidades regaseificadoras de GNL que a Petrobrás está instalando no Ceará e no Rio de Janeiro terão capacidade de processamento de 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O GNL é uma das apostas da estatal para garantir, no curto prazo, o fornecimento de gás s usinas termelétricas. O combustível é adquirido no exterior e chega ao país estocado em navios na forma líquida. Ele será convertido em gás antes de ser bombeado, por meio de dutos, para as usinas térmicas.

Aí, a gente fica com uma capacidade de segurança muito maior, porque se houver algum pico de demanda ou algum problema de pouca chuva a termelétrica entra [em funcionamento]. Castro não acredita que o governo vá reduzir o uso das térmicas. Ele considerou uma medida muito pertinente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a de propor metas do nível de reservatórios para novembro de 2008 e 2009. O objetivo é não expor o setor elétrico ao risco hidrológico do período de chuva. Isso certamente vai implicar em um maior despacho de termelétrica.

O economista do Gesel admitiu que isso pode tornar a tarifa mais cara. Em contrapartida, garante a estabilidade da oferta. O leilão de energia de reserva que será realizado amanhã (14) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá contratar cerca de 1,1 mil megawatts(MW) de energia firme de biomassa, que vão ser despachados no período da seca.

Isso vai ajudar o ONS a atingir a meta. E como elas (usinas de biomassa) são mais baratas do que as usinas a gás ou a óleo, sua operação vai diminuir um pouco o impacto tarifário. Além da diversidade de fontes energéticas, a importação é próxima de zero, destacou Castro.

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