Dois especialistas acreditam que comprometimentos estruturais - e não uma explosão por vazamento de gás - tenham provocado o desabamento do Edifício Liberdade, e consequentemente a queda do Edifício Colombo, na noite desta quarta-feira (25). Mais cauteloso, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) prefere esperar pela vistoria que será feita nesta quinta-feira (26) por técnicos do órgão e o laudo da Defesa Civil.
"Com as informações que temos até agora, não dá para afirmar com precisão o que aconteceu. Mas a hipótese de colapso estrutural me parece mais plausível. Pode ter havido um colapso localizado, que foi se expandindo, até abalar toda estrutura. Mas, é claro, que somente uma análise mais profunda, uma perícia, pode confirmar", disse o engenheiro Manoel Jorge Dias, responsável pela implosão do prédio da TAM atingido por um avião no Aeroporto de Congonhas em 2007.
Dias lembrou que, em 1990, em Santos, um prédio de nove andares desabou completamente por problemas de abalos estruturais. Na ocasião, lembra ele, houve um colapso generalizado na base do edifício, que ficava no Gonzaga, bairro de classe média, e estava em fase final de construção.
Manoel Dias acrescentou que o prédio de 20 andares da Avenida Treze de Maio levou de seis a dez segundos de ir completamente ao chão. "No caso de uma implosão, seriam de quatro a cinco segundos", comparou.
Estrutura
Também de acordo com o engenheiro da Coordenação do Programa de Pós- Graduação em Engenharia (Coppe/UFRJ) Moacyr Duarte, especialista em gerenciamento de riscos, planejamento de emergências e catástrofes tecnológicas, o desabamento, pelo que foi descrito por testemunhas, parece ter sido provocado por um colapso da estrutura e não por uma explosão. No entanto, ressalva, é preciso periciar os escombros para determinar com certeza as causas da explosão e avaliar a extensão dos danos no entorno.
"O prédio está encaixado entre outras construções, e é preciso analisar a extensão dos danos, para avaliar se há riscos de novos desabamentos - disse Duarte em entrevista à Globonews.
Vistoria
Coordenador da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Luiz Antonio Cosenza informou que, no início da manhã desta quinta-feira especialistas em estrutura estarão no local para avaliar o que poderia ter ocasionado o desabamento.
"O prédio que desabou sobre o menor era antigo. As construções antigas, em geral, são bem construídas, sólidas. Ouvimos falar que havia obras em dois andares desse edifício. Mas, para terem provocado o desabamento, somente se estivessem mexendo na estrutura. Por exemplo, em colunas para tornar uma área mais ampla. Ouviram também um explosão. Uma outra suposição, portanto, é de que gás estocado clandestinamente tivesse explodido."
O arquiteto Sydney Menezes, presidente do Crea, também prefere aguardar: "Neste momento qualquer avaliação é mera especulação", disse.
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