O Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) integra a iniciativa de constituição de um banco genético da fauna aquática nativa do Rio Doce, visando a recuperação do meio atingido pela lama de rejeitos vinda do rompimento das barragens em Mariana. O objetivo do projeto que está em andamento é conseguir coletar a maior quantidade de espécies características da região para, após a retomada da qualidade da água, devolver parte da biodiversidade ao rio. A onda chegou ao Estado nesta semana, 11 dias depois do acidente em Minas.
A ação é similar à operação “Arca de Noé”, deflagrada no fim de semana em cidades capixabas visando a recolher peixes e levá-los a rios e lagoas próximas. “A diferença é que, no banco genético, queremos espécies diferentes para que possamos reproduzi-las e eventualmente devolvê-las ao rio. Na Arca de Noé, o objetivo era a quantidade, independente da sua característica”, disse o diretor geral do câmpus Itapina do Ifes, em Colatina, Anderson Mathias Holtz.
Tanques de até 450 metros cúbicos do câmpus já estão sendo usados para criar o banco. Outros câmpus do Ifes no Estado apoiam o projeto, assim como a prefeitura local. Além deles, a mineradora Samarco tem mantido contato para oferta de material que possa contribuir com a coleta dos animais. Na tarde desta quarta-feira, 18, peixes em tanques plásticos chegavam ao câmpus Itapina para serem levados ao reservatório. Ainda não há um balanço da quantidade de animais diferentes recolhidos.
No total, especialistas estimam que 71 espécies, a maioria de peixes, ocupem o rio na altura de Colatina. A expectativa, porém, não é de encontrar todas para formação do banco genético. “São 71, mas os próprios moradores da região já relatam que há 30 ou 40 anos não veem certos tipos de peixes. Vamos pegar o que conseguirmos”, disse o diretor do câmpus Itapina do Ifes, unidade especializada em oferta de cursos na área agrícola. Outras espécies poderão ser buscadas em outros rios da região e levadas ao Rio Doce.
A importância de devolução de espécies nativas da região se explica, segundo o Instituto, pela necessidade de manutenção da cadeia alimentar e do equilíbrio da fauna do rio. “Se as espécies não retornarem, haverá uma quebra do ciclo, quebra da cadeia, desequilibrando todo o sistema”, disse Holtz.
O Instituto não estipula o tempo em que as espécies poderão retornar ao rio. “Estamos no olho do furacão agora e a prioridade é conseguir o máximo de espécies possível. Depois disso, vamos sentar e traçar o planejamento a curto, médio e longo prazo”, disse Holtz. Ele explicou que a reprodução inicial das espécies deverá ser realizada nos tanques antes da devolução ao rio.
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