Esposas de presos formam a rede de apoio dos chefões

Cascavel – Com as dificuldades de passar pelo aparato de vigilância e controle dos presídios de segurança máxima, como de Catanduvas, no Oeste do Paraná, e de Campo Grande (MS), os chefes do tráfico, como Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, montaram uma rede de apoio externa nas cidades para continuar comandando as quadrilhas. Essa rede de apoio foi um dos alvos da Operação Fênix, realizada ontem pela Polícia Federal.

Um agente da PF explicou que um dos principais alvos dos chefões do tráfico são as esposas dos chamados "presos pobres". Essas mulheres acabam sendo instaladas nas cidades e, durante as visitas íntimas, recebem as determinações que são repassadas a outros membros das quadrilhas.

Os chefões do tráfico, os chamados presos ricos, montam uma rede de assistência, inclusive social, a essas famílias e assim conseguem coptar auxílio externo.

A Operação Fênix resultou na prisão de duas mulheres que tinham essa função no intercâmbio de informações entre os presos de Catanduvas e de Campo Grande: Rosimeri Batista de Freitas, de 36 anos, e Jaqueline Kely dos Santos Arantes, de 29.

Rosimeri é esposa de preso e foi detida na casa onde mora, em Catanduvas. Jaqueline foi presa quando dembarcava de um ônibus na rodoviária de Campo Grande. Ela, que havia embarcado em Cascavel, tem casas em Catanduvas e em Campo Grande. Jaqueline é filha de um homem apontado como um dos chefes do crime em Mato Grosso do Sul, José Cláudio Arantes, conhecido como "Tio Arantes", que está preso em Catanduvas.

O delegado que comandou as ações da Operação Fênix no Paraná, José Alberto Iegas, da Delegacia da Polícia Federal de Cascavel, disse que também foram cumpridas ordens de busca e apreensão em duas celas do presídio de Catanduvas. Segundo ele, uma série de documentos "importantes para as investigações" foi apreendida nas celas e nas casas das duas mulheres. Entre os documentos estavam anotações e extratos bancários que comprovariam que Jaqueline era responsável, entre outras coisas, pela movimentação de recursos da quadrilha. Todos estariam sob comando da estrutura montada por Fernandinho Beira-Mar.