Um homem com esquizofrenia matou a própria mãe a facadas na noite de segunda-feira, em Matinhos, no Litoral do Paraná. Jussara Rezende Araújo, 58 anos, era professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no campus Litoral e tentava medicar o filho quando foi ferida por pelo menos duas facadas. A morte chocou os moradores da cidade e deixou a comunidade acadêmica do estado em luto. O enterro de Jussara foi realizado nesta quarta-feira (12), às 13 horas, em Londrina, onde vivem seus familiares.

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O autor do crime, filho da vítima, foi identificado como Matheus Araújo Bertone, 29. Ele está preso após confessar ter matado a mãe alegando que cometeu o crime "para se defender". O delegado responsável pela Operação Verão 2013/2014, Alcimar Garret, conta que Matheus estaria em meio a uma crise quando aconteceu o crime. "Ele tem um histórico de esquizofrenia e ficou quatro meses sem ir às sessões e sem tomar remédios. Ele então acabou entrando em crise e em luta corporal com a mãe", afirmou o delegado.

A residência dos dois, onde aconteceu o crime, fica na Avenida Guarapuava, a poucas quadras do campus da UFPR Litoral, onde Jussara trabalhava. Ontem, Matheus seguia preso em uma sala isolada da Delegacia de Matinhos e aparentemente estava tranquilo, segundo Garret. Após uma avaliação médica, o mais provável é que seja solicitada a transferência dele ao Complexo Médico Penal, para tratamento psiquiátrico.

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Trajetória

Jornalista formada pela Universidade Estadual de Londrina com doutorado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, Jussara estava desde junho do ano passado à frente da coordenação do curso de Licenciatura em Artes da Universidade Federal do Paraná do Litoral (UFPR Litoral). No início de sua carreira, Jussara foi repórter e jornalista no período entre 1973 e 1989, quando entrevistou personalidades históricas e sociais, editou e colaborou na edição de revistas e jornais da chamada "imprensa nanica".

Segundo a vice-coordenadora do curso, Ana Elisa de Castro Freitas, Jussara tinha uma ligação muito intensa com a comunidade de Morretes. "Ela tinha uma relação muito forte com as escolas rurais de Morretes. Ela via que aqueles jovens tinham uma bagagem diferente, uma vivência ambiental diferenciada que os jovens da periferia de uma região urbana não tinham", destaca.

Ana Elisa destaca que tanto ela quanto os alunos estão muito chocados com a morte da colega e que os alunos estão mobilizados. "A gente sente muito, é uma perda muito grande para o setor, para o Paraná. Os alunos estão muito chocados, estão mobilizados, estão me apoiando para que não percamos os rumos que temos no curso", afirma.

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