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Brasília (Folhapress) – A greve dos Correios já atinge 70% dos funcionários, segundo estimativa do Comando Nacional de Negociação, ligado à Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect). A assessoria dos Correios informou, no entanto, que o movimento afetou apenas 20% das atividades, principalmente nas áreas de transporte e distribuição.

Um plano de contingência da estatal já foi acionado para minimizar os efeitos da greve na prestação dos serviços. Estão sendo contratadas cerca de 2 mil pessoas em caráter temporário para fazer o serviço que não está sendo prestado pelos funcionários em greve.

Os trabalhadores reivindicam um reajuste real de 20%, mais a correção da inflação medida pelo IPCA (5,67%) a partir de agosto, e a elevação do piso salarial de R$ 448 para R$ 931. A empresa ofereceu um aumento de 8% entre agosto e dezembro deste ano e mais 3,9% a partir de janeiro, totalizando 11,9%, além de um abono de R$ 600.

"Não estamos fugindo das negociações", disse ontem o sindicalista paranaense Celso Lima de Paiva, que integra o Comando Nacional de Negociação e argumenta que os Correios têm o menor piso salarial entre as estatais brasileiras. Segundo ele, apenas dois dos 33 sindicatos de trabalhadores dos Correios não decretaram a greve – Uberaba (MG) e Santos (SP) – porque decidiram aguardar avanços nas negociações com a direção da empresa. O movimento é mais forte em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

A empresa afirma que as reivindicações dos trabalhadores somariam uma despesa anual correspondente a três vezes o faturamento da estatal. A folha de pagamento dos 108 mil funcionários consome hoje cerca de 60% das receitas dos Correios. O comando de greve aguarda uma nova proposta da estatal para retomar as negociações.

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