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Noroeste do Paraná

Estelionatários usam falsos boletos para aplicar golpes em Maringá

Empresários de Maringá, Noroeste do Estado, estão sendo vítimas do chamado golpe do boleto, no qual são cobrados por divulgação em lista telefônica que não contrataram. A Polícia Civil está investigando cerca de 40 casos e o Procon da cidade atendeu mais de 30 reclamações desse tipo neste ano.

De acordo com a advogada Irene Josinskas Donatti, do Procon, na maioria dos casos, o estelionatário liga para o empresário, avisando que está mandando um fax com todos os dados da empresa, como CNPJ, endereço e telefone, para divulgação na lista telefônica da cidade e pede a sua assinatura para confirmar os dados. Alguns meses depois, vem a cobrança, em boleto bancário, e as ameaças. Por telefone, os golpistas afirmam aos empresários que eles terão o nome encaminhado a cadastros de inadimplentes.

Segundo o investigador da Polícia Civil, Ivan Galdino, essas empresas são geralmente de Campinas, Jundiaí ou São Paulo. "Uma delas abriu uma firma com o nome de Aditel (parecido com a Editel, maior lista telefônica da cidade), para confundir as vítimas", diz. A reportagem encontrou o nome de quatro empresas, em diferentes estados, com o nome Aditel. Nenhum dos telefones apresentados existia.

Bruno Sérgio Galvani, funcionário de uma loja de roupa, foi uma das vítimas dos golpistas. "Eu assinei o fax, e um mês depois vieram doze boletos bancários, no valor de R$ 200 cada, para serem pagos mensalmente. Liguei na empresa e avisei que eles não haviam me dito nada sobre o pagamento, e eles ameaçaram me processar e colocar meu nome no cadastro de inadimplentes", conta.

Galvani foi ao Procon, descobriu que se tratava de um golpe e registrou boletim de ocorrência da Delegacia. "Hoje em dia, não podemos passar nenhum dado pessoal ou de empresa por telefone", diz.

A Editel informa que não pede a confirmação de dados empresariais por fax ou telefone, e envia todos os boletos via correio, com a logomarca da empresa ressaltada e telefone de atendimento, em caso de dúvidas.

O delegado, Paulo César da Silva, da Delegacia de Estelionato de Maringá, está investigando as denúncias. Ele já pediu quebra de sigilo telefônico e bancário para encontrar os culpados. "É uma situação complicada, pois a experiência nos mostra que, na maioria dos casos, os estelionatários usam documentos falsificados ou roubados para abrir contas bancárias de empresas falsas, por isso é difícil chegar aos verdadeiros culpados", explica.

A advogada do Procon, Irene, diz que as vítimas devem registrar um boletim de ocorrência assim que constatar o crime. "Importante também evitar passar dados pessoais ou de empresas por telefone. Sempre que necessário, peça a presença de um funcionário identificado e certifique-se de que a empresa existe realmente", indica.

Contribuição Empresarial

Um produtor rural de Maringá foi vítima de golpe semelhante. Luiz Carlos Sapata recebeu um boleto no valor de R$ 237,50, com informações de que se trata de uma cobrança de contribuição empresarial para a CNA, dando como informação somente o telefone (11) 2692-7716 (que, conforme verificado pela redação, não existe). "Achei muito estranho, e procurei o Sindicato Rural de Maringá, que negou a cobrança de qualquer contribuição. Gostaria de entender como eles conseguiram os meus dados", conta.

Segundo a assessoria de imprensa da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a sigla apresentada no boleto não tem nenhuma relação com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A delegacia de Estelionato informa que ainda não foi notificada deste caso.

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