Moradores do Jardim Califórnia, na zona leste de Londrina, na Região Norte do Paraná, tiveram um susto na manhã desta segunda-feira (14). Por volta das 6h15, um forte estrondo foi ouvido na vizinhança, seguido por um tremor que chegou a balançar os móveis de algumas casas. A suspeita de moradores é de que o barulho e os tremores tenham sido causados por obras da Sanepar. A companhia, porém, nega a relação.
Ângela Maria Locatelli Pedrão, moradora do bairro, confirmou ao JL que está ouvindo os barulhos desde a última quinta-feira (10). “Estava em casa e ouvi um estrondo”, contou. “Os vizinhos começaram a comentar uns com os outros sobre os tremores, e alguém teria ouvido da Sanepar que não seria nada grave. Hoje [segunda], tudo se repetiu. Acordei às 4h20 com um tremor, e às 6h15 parecia que minha casa ia cair. A cama chegou a balançar”, disse, assustada.
O mesmo ocorreu com outra moradora do Califórnia, Alessandra Rosa. Ela mora na rua paralela à de Ângela, e também vem sentindo barulhos estranhos há pelo menos cinco dias. “Só pode ser da Sanepar, porque eles estão fazendo essas obras de ampliação no aeroporto e acaba afetando a rede de água. Ligamos uma coisa à outra”, comentou.
Ela conta ter sentido como se um “terremoto” tivesse atingido o bairro na manhã desta segunda-feira. “Isso já tinha acontecido na semana passada. Meu marido foi falar com o pessoal que trabalha na estação da Sanepar do Limoeiro e disseram que iam fazer algumas ligações, falar com outras pessoas. Até agora, nada. Já faz quase uma semana, não é uma ou duas vezes. Hoje deu medo. Imagino que seja como um terremoto, os móveis balançaram, teve coisa saindo do lugar dentro de casa”, contou.
Thyago Spaini tem um estabelecimento comercial no bairro e disse ter ficado assustado com o tremor. Ele contou à reportagem que vem ouvindo barulhos e sentindo o chão balançar desde a última sexta-feira (11). “Estava bem mais leve, mas o [tremor] de hoje foi realmente assustador. Eu estava saindo de casa e vi todos os vizinhos na rua sem saber o que fazer. Estamos com medo”, confessou.
O medo de Spaini teria uma justificativa mais do que convincente. Há alguns anos, lembra-se ele, a tubulação da companhia de água foi toda trocada no bairro. Os dutos têm um tamanho considerável porque, segundo o morador, trazem água direto da captação da Sanepar do Rio Tibagi para as estações de tratamento. “Os técnicos da Sanepar, na época, disseram que se um cano desses se rompesse o bairro inteiro iria ser alagado. É muita pressão nessa água que passa aqui por baixo, e esses barulhos todos devem estar vindo de lá”, relatou.
A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, que não confirmou relatos de casas com a estrutura avariada. O JL também tentou contato com a Defesa Civil pelo telefone 199, mas as ligações feitas a partir de um telefone fixo tiveram como retorno uma mensagem gravada dizendo que o número não poderia receber chamadas a cobrar. Quando a tentativa foi feita de um aparelho celular, a mensagem foi de que o serviço não estava disponível para quem ligasse a partir desse tipo de telefone.
O secretário municipal de Defesa Social, Rubens Guimarães, confirmou ao JL que equipes da Defesa Civil estão no bairro investigando o que pode ter causado o barulho e os tremores. “Estamos em conversa com a Sanepar para tentar entender o que pode ter ocorrido, mas até agora não temos uma justificativa. Estamos investigando”, disse Guimarães.
Segundo a assessoria de imprensa da Sanepar, não há obras sendo executadas na região e não houve rompimento de adutoras. Ainda de acordo com a assessoria, a distribuição de água está sendo realizada normalmente no bairro. Mesmo assim, equipes foram deslocadas até o Jardim Califórnia para avaliar a situação.
Obras em avenida não causaram barulho nem tremores, garante engenheiro
Próximo ao local onde foram sentidos os tremores e os estrondos mais fortes há uma obra de transposição do trânsito da Avenida Salgado Filho, que margeia a pista do Aeroporto Governador José Richa, para a Rua Jaime Americano. A reportagem entrou em contato com um representante da empresa responsável pelos trabalhos, que negou qualquer relação da obra com o ocorrido.
“Não há chance alguma de nossas máquinas terem causado essa situação”, garantiu o engenheiro civil Fabrício Tosca Fagotti, da KRB Construtora. “O trabalho é feito durante o dia, o barulho e os tremores foram sentidos de madrugada. Não há relação alguma”, disse o engenheiro, que foi procurado por técnicos da Sanepar na manhã desta segunda-feira.
Sobre as possíveis causas dos tremores, Fagotti disse que é difícil fazer qualquer tipo de avaliação. “O Tiro de Guerra faz alguns exercícios que poderiam resultar nesse tipo de barulho, mas tudo é sempre comunicado com antecedência aos moradores da região. Não acredito que tenha sido esse o caso. Pode até ser algum tipo de deslocamento de solo, ou mesmo recalque provocado pelas grandes tubulações instaladas pela Sanepar recentemente. Mas é difícil dizer com certeza”, explicou.
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