Casos de intolerância racial chegam até onde se espera mais respeito à diversidade e repúdio à discriminação. O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem sido alvo de pichações e disseminação de teorias nazistas e referência a grupos racistas como Klu Klux Klan (KKK).
Nesta segunda-feira (21), cerca de 150 estudantes, professores e lideranças políticas se reuniram na universidade para protestar contra o avanço da intolerância racial no meio acadêmico e exigir providências da universidade.
O movimento iniciado pelos estudantes recebeu a adesão do Sindicato dos Funcionários da Unicamp, da Associação dos Docentes da Unicamp, do Diretório Central dos Estudantes, de movimentos sociais e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Campinas.
Entre as pichações, há referências aos ideais nazistas e divulgação de movimentos racistas, como White Power. Cartazes sobre realizações de atos contra o racismo também foram alvos de comentários. Em um deles havia a inscrição: “Vamos nos unir e fazer pneus deles, vai dar (sic) pneus bons.”
Segundo Teófilo Reis, do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp e da associação de funcionários, as pichações do IFCH não são casos isolados e nem os primeiros na instituição. “Há pichações em outros prédios, registros de constrangimentos causados por comentários de professores em salas de aula e outros casos que estão sendo investigados”, disse.
Os manifestantes e representantes de movimentos sociais se reuniram na quarta-feira, 16, com representantes da reitoria, que prometeu realizar um seminário no mês de maio para discutir ações para combater a intolerância racial. “O seminário é importante, mas queremos mais. O importante seria instalar uma comissão permanente de combate ao racismo na universidade”, disse Reis.
O vereador Carlão do PT, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, esteve no evento e disse que o sistema de recebimento de denúncias da Câmara terá um canal especial para casos de racismo no meio universitário e acionará imediatamente os órgãos responsáveis por investigações e processos judiciais.
Os participantes do ato fizeram uma passeata pela Unicamp e foram até a reitoria, onde foi entregue um manifesto com as principais reivindicações.
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