A auxiliar de produção Aline Schneider, 21 anos, esperava apenas voltar para a casa de forma tranquila depois de mais um dia de trabalho na última quarta-feira. Em questão de segundos, ela foi arremessada do banco de um ônibus da linha Privê, em Pinhais, chocou-se contra a porta e foi arrastada por cerca de 80 metros. "Todo mundo escutou o trem vindo, apitando bastante", afirma, sobre o momento anterior ao acidente, dizendo que logo em seguida o motorista do ônibus acelerou. Aline fraturou a perna, teve vários cortes e machucados no corpo, mas não corre risco de morte. Teve alta e já está em casa. Por telefone, ela conversou com a reportagem da Gazeta do Povo sobre o acidente.

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O que aconteceu naquele dia?

O ônibus saiu do terminal de Pinhais cheio. O motorista veio rápido. O trilho fica perto do ponto final. O pessoal foi descendo, então o ônibus estava vazio. Todo mundo escutou o trem vindo, apitando bastante. O motorista parou perto do trilho. Mas quando estava bem perto ele acelerou.

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Onde você estava sentada? O que aconteceu?

Estava sentada em uma das útlimas cadeiras, no fundo, do lado em que fica o motorista. Vi o trem vindo e me agarrei no banco. Teve a batida e voei contra a porta, aí fui chacoalhando, até que ele parou no mato. Bati na janela traseira pedindo ajuda. Mas eu achava que estava morta. Não sabia ao certo. Pensei: morri. Só vi que estava viva quando um homem quebrou a janela e me puxou. Saí caminhando e fiquei deitada esperando o socorro. Estava sangrando e com muitas dores. Mas estava viva.

Você viu o que aconteceu com os outros passageiros?

Só tinha eu, a moça que morreu, o motorista e o cobrador. Quando o motorista acelerou eu gritei, mas só vi o vulto da outra moça passando por mim quando o trem pegou o ônibus. Acho que ela estava distraída e não se agarrou na cadeira como eu. Depois que parou não vi mais ninguém. Só fui ver o motorista no Cajuru.

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