A médica e ex-chefe da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba, Virgínia Soares de Souza, 56, seria trocada por outro profissional intensivista algumas semanas antes de ser presa, dia 19 de fevereiro, sob a acusação de homicídio qualificado e formação de quadrilha, por supostas antecipações de mortes de pacientes do setor, ao qual ela coordenava desde 2006.
A afirmação foi feita pelo presidente da Sociedade Evangélica Beneficente, mantenedora do hospital, João Jaime Ferreira, durante evento de reabertura da UTI, fechada havia 15 dias. "Nós pensávamos nisso (troca) por causa do modo dela. Havia essa intenção", disse. Virgínia era conhecida por amigos e funcionários pelo seu "temperamento forte". A médica, que estava na Penitenciária Feminina, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, foi transferida para o Centro de Triagem, na capital, para ficar em uma cela especial.
A nova equipe da UTI será coordenada pelos médicos Hipólito Carraro Júnior e Marcelo Oliveira Santos; terá 10 leitos e conta com 15 médicos, 41 profissionais de enfermagem e mais quatro profissionais de apoio (serviços gerais). Além disso, elas deixam de se chamar UTIs Geral e Cirúrgica e passam a ser chamadas de UTI's 1, 2 e 3. No total serão disponibilizados 30 leitos.
"Formamos essa equipe com médicos reconhecidos por seus trabalhos, pessoas muito boas. Já vínhamos fazendo algumas tratativas com o doutor Hipólito, por exemplo, desde o ano passado", disse Ferreira.
Com relação aos 47 profissionais que atuavam sob a coordenação de Virgínia, alguns foram remanejados e outros saíram de férias.
O inquérito contra a médica terá um parecer do Ministério Público na próxima segunda-feira (11), quando o MP irá se pronunciar se ofertará denúncia contra Virgínia, pedirá novas diligências ou arquivará o caso.
Já o retorno de Virgínia para uma cela especial atende um pedido do advogado de defesa Elias Mattar Assad. "Não é um demônio que defendo e sim uma mulher brasileira que a Constituição Federal manda presumir inocente, até julgamento final", disse. Segundo ele, a médica permaneceu em celas comuns nos últimos dias, o que contrariava a lei.
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