O pronto-socorro do hospital Evangélico reabriu para a entrada de novos pacientes às 18h desta terça-feira (19), após uma interrupção de 24 horas no atendimento de usuários da urgência e emergência. O serviço foi normalizado em torno das 19h30.
A instituição alega que a verba para a compra de medicamentos repassada pelo SUS é insuficiente, mesmo com a ajuda de custo de R$ 150 mil por mês repassada pelo SUS pelo funcionamento do pronto-socorro, além dos repasses das consultas.
Com um gasto semanal de R$ 450 mil na urgência e emergência, segundo o comanda da instituição, o hospital considera a tabela de preços dos medicamentos defasada há dez anos, o que causaria a distorção de valores.
Os atendimentos feitos pelo sistema público representam 92% dos cerca de 1,2 milhão feito por ano no Evangélico.
Prefeitura
Responsável por intermediar o repasse entre o governo federal e a instituição, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) fará uma auditoria para analisar os danos do fechamento e informou, via assessoria de imprensa, que "haverá desconto no pagamento futuro desses incentivos" ao Evangélico.
Estes incentivos são uma espécie de bônus que a instituição recebe por atender os pacientes diretamente, sem necessidade de encaminhamento por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou outro serviço da atenção básica. A secretaria ressalta que os pagamentos pelos serviços contratados no hospital foram feitos nas datas previstas.
Outros hospitais
O Hospital do Trabalhador, que também recebe pacientes na urgência e emergência, não registrou mudança no fluxo de pacientes por conta do fechamento temporário do Evangélico, segundo informações da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa).
Já o Hospital do Cajuru não soube informar se houve variações em seu pronto-socorro.
Repasse está normal
Apesar da falta de verba, não houve interrupção nos valores repassados pelo SUS ao Evangélico, como em novembro do ano passado. Na ocasião o pronto-socorro ficou fechado por 33 horas, após ficar sem receber R$ 11 milhões do dinheiro público.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, desta vez foi um "problema crônico porque os preços [dos insumos] sobem, e isso estourou hoje nos nossos estoques".