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Evento chega aos 25 anos com aposta em “cores locais”

Os oficineiros Fernanda, Igor, Marcela e Alex Felix: aprendizado em clima de festival. | Fotos: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Os oficineiros Fernanda, Igor, Marcela e Alex Felix: aprendizado em clima de festival. (Foto: Fotos: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A Orquestra Filarmônica da UFPR abriu neste domingo (12) a 25.ª edição do Festival de Inverno de Antonina, no Theatro Municipal da cidade. O local estava lotado e o evento teve clima de jubileu de prata, apesar da redução de orçamento.

Devido à queda no patrocínio, foram contratadas menos atrações culturais de fora e privilegiados grupos paranaenses: a noite seria fechada pela Big Time Orchestra, que inclusive atraiu turistas ao litoral só para conferir o show.

A boa notícia é que a universidade está com seus grupos artísticos em forma, capazes de suprir a lacuna e apresentar uma programação bastante interessante até o próximo sábado (18), com direito a ópera e opereta (veja no quadro).

Como disse à reportagem o reitor Zaki Akel Sobrinho, “o espírito não é só de palco e sim ações de transformação para a cidade”. Como exemplo, ele cita participantes de oficina de música que descobriram uma vocação e foram até o doutorado na área. A moradora Mirian Nunes concorda: o filho participou durante 15 anos das oficinas na cidade e hoje é webdesigner.

A junção entre pesquisa e difusão do conhecimento é bem exemplificada na empolgação de Fernanda Cardoso, de Guarulhos (SP). Ela acaba de defender um mestrado em Engenharia. Seu estudo é relacionado ao desenvolvimento de tintas naturais, tema de oficina que ministra nesta semana em Antonina. A partir de pigmentos encontrados em diferentes tipos de barro e argila, ela e Marcela Pagani extraem cores não apenas terrosas, mas também o branco, amarelo e até verde – o que demonstrarão pintando paredes de um centro comunitário. “No caminho para cá encontramos um barranco amarelo incrível e tivemos que coletar. Nos sujamos muito”, brinca Fernanda.

Os ingredientes litorâneos também serão usados por Igor Bispo, de Curitiba, que inova no festival com uma oficina de coquetelaria com ingredientes locais. Entre eles, claro, a cachaça, e frutas como banana e um tomate selvagem pouco conhecido. “Queremos desmistificar o preconceito com a cachaça, e criar bebidas novas. Ser mesmo um think tank local.”

Essa vocação do festival está sendo intensificada desde a edição de 2014, quando o evento passou a ser também um programa de extensão, com formação de professores da rede pública e atividades com grupos de artesãos, que vão de março a outubro. “Existe uma integração maior com a comunidade”, festeja a pró-reitora Deise Picanço.

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