Após apontar que a campanha de reeleição do prefeito Nedson Micheleti (PT), no ano passado, movimento R$ 6,5 milhões não contabilizados pela Justiça Eleitoral, além dos R$ 1.361.577,23 que constam da declaração oficial, a ex-assessora financeira do PT Soraya Garcia deu, segundo matéria publicada no Jornal de Londrina deste domingo, novos detalhes do suposto esquema de arrecadação e pagamento paralelo do partido. "Minha consciência estava queimando, agora estou aliviada", declarou Soraya, um dia após ter dado publicidade ao que ela chama de caixa dois do PT em Londrina, narrado aos promotores e que motivou a abertura de um inquérito na Polícia Federal (PF).
De acordo com a ex-assessora, o dinheiro não contabilizado era entregue pelo presidente do PT municipal e atual secretário de Gestão Pública, Jacks Dias, recebido em sacolas de plástico por Augusto Dias Júnior, atualmente diretor da CMTU, à época da campanha diretor-financeiro da Cohab. Após pegar os valores "em espécie", ela mesma pagava as despesas gerais da campanha, que incluía candidatos do PT e de partidos coligados. Segundo Soraya, diversas despesas, principalmente com material para a estrutura de campanha, como móveis e equipamentos de uso diário, eram pagos sem emissão de nota fiscal ou recibo por parte dos vendedores, principalmente em lojas de móveis usados da Cidade.
Em outros casos, CPFs de secretários municipais e laranjas, cujos nomes foram relatados ao Ministério Público Eleitoral, segundo as declarações da ex-assessora financeira, eram utilizados para fazer as compras, como forma de "esquentar" o dinheiro doado por fontes ilegais, até agora não-identificadas na origem. "Se me colocarem num carro, posso ir de empresa em empresa mostrando onde foram feitas as compras, pois tudo foi feito por mim", afirma ela. "Teve coisa com recibo, que entrava na contabilidade oficial, e sem recibo nem nota fiscal. Muita compra foi feita em loja de móveis usados, que é tudo no dinheiro e a maioria dos móveis vendidos nem tinha mais nota fiscal", atesta.
ArmazenadasAs notas fiscais existentes de compras pagas com o caixa dois apontado por ela teriam sido armazenadas na casa de Augusto Dias Júnior logo após o fim da campanha. "Era para ir para a casa do Chico Moreno (tesoureiro do PT e atual diretor de marketing da Sercomtel), aí acharam melhor que não, decidindo mandar para a casa do Augusto." De acordo com ela, a Polícia Federal não encontrou os comprovantes na casa de Júnior na quinta-feira porque "a essa altura eles já deram um jeito nisso". Todos os envolvidos negam as denúncias e desqualificam a importância de Soraya na campanha. Segundo os dirigentes petistas, ela exercia apenas funções subalternas e de menor importância, que ia de servir cafezinho, serviços gerais e pagamentos de pequenas despesas em bancos. "Ainda não contei aos promotores nem um terço do que sei", resumiu. Na última sexta-feira, ela detalhou ao JL novas denúncias que devem balizar as investigações da PF e da Promotoria Eleitoral. Para ela, deve haver uma devassa no que classifica como uma "campanha volumosa do PT em Londrina", afirmação totalmente contrária à dos dirigentes petistas, que em outras oportunidades adjetivaram a campanha como "franciscana".
Leia matéria completa no Jornal de Londrina
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