O ex-superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) Daniel Lúcio de Oliveira é o único dos oito detidos ontem na operação Dallas que ainda não prestou depoimento. Ele foi preso na manhã de ontem no Rio de Janeiro, quando estava hospedado em um hotel na área portuária da cidade. Com ele foram apreendidos R$ 65 mil em dinheiro, que estavam guardados em um fundo falso do guarda-roupa, além de uma duplicata no valor de R$ 800 mil, emitida por um terminal portuário de Paranaguá. Daniel deve chegar ainda hoje ao Paraná para prestar depoimento. As prisões são temporárias, válidas por cinco dias.
Duas pessoas não foram encontradas em casa ontem pelos policiais e estão foragidas. Uma delas é F.S.F., sócio da Companhia Brasileira de Logística (CBL), um terminal portuário em Paranaguá acusado de apropriação indevida de cargas de grãos como soja e açúcar. O segundo foragido é um funcionário da CBL. Segundo a PF, o advogado de F.S.F. informou que o cliente deverá se apresentar hoje.
Limpeza
A empresa Petroil também teria sido beneficiada pelo esquema, segundo a PF. Em abril de 2010, Daniel Lúcio assinou uma portaria que declarava a Petroil como a única empresa autorizada a executar a limpeza dos terminais na área portuária. A Petroil arrecadava sozinha a chamada "varrição", ou seja, o recolhimento das sobras de grãos movimentados pelo porto que poderiam ser vendidos depois. "Por coincidência, era (também de propriedade) do superintendente", afirmou Fayad.
A Gazeta do Povo apurou que a investigação da PF flagrou Souza usando um carro e um celular da Petroil. Além disso, ela seria responsável por pagar a faculdade de um dos filhos do ex-superintendente. Uma fonte informou que na busca e apreensão na empresa foram recolhidos uma pasta com "despesas de Daniel", em que estavam contas a pagar do ex-comandante do porto paranaense.
O governador Beto Richa determinou ontem auditoria nos contratos do Porto de Paranaguá investigados pela Polícia Federal.
O nome de um dos investigados na operação policial citado na reportagem foi substituído por suas iniciais tendo em vista que não houve oferecimento de denúncia tampouco movido processo criminal contra o mesmo.
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