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Caso Tayná

Exame confirma agressão a suspeitos presos no caso Tayná

Um exame de corpo de delito feito na última quinta-feira (4) comprova que os quatro suspeitos presos por supostamente ter assassinado a adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, foram agredidos. A declaração foi feita nesta quarta-feira (10) pelo diretor da Casa de Custódia de Curitiba Edwaldo Willis de Carvalho, onde, atualmente, estão detidos os quatro.

Segundo o diretor, as agressões aos presos ocorreram antes de os suspeitos chegarem à unidade prisional da qual ele é o responsável. "Foram identificadas lesões nos quatro, sendo que em um deles foi constatada uma lesão grave no braço. Hoje [quarta], por determinação médica, este preso foi encaminhado ao complexo penal médico", disse.

Carvalho relatou que recebeu os presos na quinta-feira (4), no mesmo dia em que eles tinham sido transferidos de Colombo para o Centro de Triagem de Piraquara. "Um exame de corpo de delito já havia sido feito pela Sesp no dia 1º de junho, mas a Casa de Custódia de Curitiba não teve acesso a esse outro exame e não sei qual foi o resultado", contou.

O responsável pela Casa disse que o local é destinado exclusivamente para homens que cometeram crimes contra mulheres. Os três suspeitos, conforme Carvalho, estão em uma sala isolada do complexo, sem contato com outros detentos. O quarto, que está passando por tratamento médico em outro local, deve ser colocado junto com os outros três quando retornar à Casa de Custódia. Isso deve ocorrer no máximo até esta quinta-feira (11).

O diretor do Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen-PR), Mauricio Kuehne, confirmou que o exame de corpo de delito comprova que houve a agressão, mas que ainda não é possível apontar os autores. "Há confirmação de que um dos presos tem uma lesão grave. Uma sindicância foi aberta pela Secretaria de Justiça [Cidadania e dos Direitos Humanos] (Seju) para apurar se houve agressão aos presos e, em caso positivo, quem teria cometido", relatou.

Advogado denuncia tortura para confissão

O advogado Roberto Rolim de Moura Junior, que defende os quatro acusados de terem abusado e assassinado a adolescente Tayná, no último dia 26, relatou nesta terça-feira (9) que os quatro suspeitos disseram ter feito as confissões sob tortura. "Conversei com os quatro rapazes, e eles declararam que sofreram agressões em pau-de-arara e até empalamento para que fossem forçados a admitir uma culpa que não têm", declarou.

Após as denúncias de que os suspeitos foram torturados, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) foram à Casa de Custódia, em Araucária, onde estão os suspeitos nesta manhã. Por volta do meio-dia, a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Isabel Kügler Mendes relatou à reportagem da Gazeta do Povo, por telefone, que estava em uma conversa com os suspeitos, na presença do advogado de defesa, para apurar o que teria acontecido com os quatro.

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