Os exames de sangue dos 120 animais sentinelas, introduzidos em cinco propriedades decretadas foco de febre aftosa no Paraná, deram negativo para a presença do vírus. Os animais estão nas fazendas Santa Izabel, em Grandes Rios, Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso, Pedra Preta e Cesumar, em Maringá e na fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira desde o dia 3 de maio, depois de encerrado o período de vazio sanitário, conforme estabelecem as normas sanitárias internacionais. Já as fazendas de nome São Paulo e Alto Alegre, no município de Loanda, devem receber os animais sentinelas até o fim desta semana.

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Os resultados dos exames da terceira coleta devem sair ainda nesta sexta-feira, segundo a Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab). Se os exames atestarem que não há circulação de vírus, as propriedades podem ser totalmente liberadas e fica mais forte a tese dos pecuaristas de que nunca houve o vírus da febre aftosa no Paraná. Tese, aliás, reforçada esta semana quando vazou para a imprensa a informação de que os resultados de 11 das 21 amostras coletadas pela Comissão de Necropsia teriam dado negativo.

A informação teria saído de dentro do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que centraliza os resultados enviados pelo Centro Panamericando de Febre Aftosa (Panaftosa). O Mapa nega oficialmente a informação.

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A necropsia foi a única exigência dos pecuaristas para autorizar o sacrifício sanitário dos 6.781 animais dos sete focos decretados pelo Mapa no estado e, em alguns casos, como o da fazenda Cachoeira, desistir de tentar impedir o procedimento na justiça. A necropsia está sendo realizada por uma comissão formada por técnicos da Seab, do Mapa e professores especialistas, como o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Cesumar, Raimundo Tostes, e acompanhada pela pesquisadora Rossana Allende, do Centro Panamericano de Febre Aftosa, em todas as etapas (coleta e análise).

Reunidos na quarta-feira, os proprietários das fazendas Cachoeira, Cesumar e Flor do Café buscavam um posicionamento conjunto em relação aos supostos resultados negativos da necropsia.

Apesar de terem preferido não comentar o assunto até o laudo final do procedimento, a sinalização, que já ocorria antes dos sacrifícios, é de que, em caso negativo para todas as amostras, eles devem recorrer à justiça para pedir indenizações pelas perdas reais em função de os focos terem sido decretados. No caso da fazenda Cachoeira, por exemplo, a indenização foi de R$ 1,2 milhão, mas o proprietário da área, André Carioba, calcula prejuízos superiores a R$ 2 milhões.