Há dois anos, os moradores do bairro Juvevê conseguiram, por meio da pressão popular, a instalação de um destacamento da Polícia Militar. De acordo com o presidente do Conselho de Segurança do Juvevê (Conseg), Norberto Voss, a média de ocorrências registradas pela polícia, há três anos, era de 360 por mês. Com a mobilização popular e a implantação do Conseg contra a violência, as reivindicações dos moradores foram atendidas e a base da PM foi instalada na Praça Brigadeiro Mario Calmon Eppinghaus. "O número de assaltos, furtos e roubos caiu para 60 por mês", afirma Voss.
O ex-presidente da extinta Associação dos Vizinhos Solidários do Juvevê (Aviso), Fernando Bourges, conta que antes da implantação do destacamento da PM, dois a três carros eram arrombados todos os dias. "Agora, cerca de cem policiais estão trabalhando no bairro e em toda a zona norte da capital e os crimes foram reduzidos. Hoje, o Juvevê é um dos bairros mais tranqüilos de Curitiba. Como a violência diminuiu, a Associação acabou. Porém, já há um projeto para reativá-la", afirma.
Bourges conta que as melhorias da segurança no bairro só foram possíveis depois que a população se mobilizou. "A comunidade tem de pensar na coletividade e não de forma individual. Antigamente os moradores pagavam segurança particular para tentar se proteger. Mas e proteção individual não deu certo. Só mudamos o quadro da violência depois que a comunidade começou a pensar coletivamente", explica.