Petrópolis tem três novos deslizamentos
A Defesa Civil de Petrópolis, na região serrana do Rio, informou que foram registrados ontem três pequenos deslizamentos de terra ocorridos no Centro e nos bairros Bingen e Vila Militar. Ninguém ficou ferido. Em cerca de uma hora, foram registrados 80 mm de chuva na região central da cidade.
Hospital fica fechado por tempo indeterminado
O Hospital São Lucas, que foi interditado após ter um prédio anexo atingido por um deslizamento de terra na semana passada em Nova Friburgo, ainda não tem data para ser reaberto. A unidade atendia em média mais de 20 mil usuários.
Cobertura da tragédia das chuvas
Confira a cobertura completa da tragédia causada pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro
Blog Vida e Cidadania
Sumidouro e Teresópolis (RJ) - O Exército ainda não sabe quantas comunidades estão isoladas na região rural dos municípios afetados pela chuva. Depois do socorro inicial às vítimas da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, a prioridade das operações aéreas é percorrer toda a área rural à procura de pessoas que podem estar isoladas e sem assistência. O coronel do Exército Antônio Paulo da Silva Júnior, que coordena a operação aérea na região serrana do Rio, diz que neste momento não é possível afirmar quantas pessoas estão isoladas: "O mapeamento ainda está em curso".
Os militares já retiraram cerca de cem famílias do isolamento. Só que a área extensa e o relevo de difícil acesso têm dificultado a operação e não há previsão de quando o levantamento será concluído, de acordo com o coronel. Segundo ele, os militares já chegaram às localidades urbanas, com maior adensamento populacional, e restabeleceram os acessos e construíram pontes. Mas falta saber como está a situação em toda a área rural.
Uma semana de espera
As cerca de 250 pessoas da comunidade de São Bento, no município de Sumidouro, um dos afetados pelas chuvas, esperaram uma semana pelo envio de donativos em quantidade suficiente para todos. Segundo eles, a ajuda só chegou ontem. Se demorasse mais tempo, os moradores começariam a passar fome. "Não tinha mais comida", disse ontem o lavrador José Roberto da Silveira.
Nesse período, os moradores repartiram a comida que tinham em casa e economizaram. Ninguém passou fome, mas o estoque foi diminuindo e a situação começando a ficar complicada. "Não chegamos a passar fome porque na nossa roça tem bastante coisa", afirma o lavrador. "E o vizinho que tinha mais dava para o outro."
Não houve mortes na localidade nem casas foram destruídas, mas havia a necessidade de remoção de alguns moradores, como uma gestante de 34 semanas, idosos e pessoas que fazem uso de medicação de uso controlado. Depois de seis dias da tragédia, a primeira assistência chegou na última segunda-feira. Quatro homens da Força Nacional de Segurança foram à comunidade fazer um levantamento da situação dos isolados e retiraram por meio de helicóptero as pessoas em situação de risco.
Os bombeiros tinham levado apenas cinco cestas básicas e logo perceberam que a quantidade não era suficiente para a comunidade. "Eles estão sem luz e sem comunicação alguma. A necessidade básica é vela e alimento", disse o sargento da Força Nacional de Segurança Teodózio de Moraes Arébalo.
Os moradores até tentaram atravessar os acessos e comprar mantimentos na localidade vizinha, mas os preços estavam abusivos: R$ 25 o pacote de vela e R$ 100 o botijão de gás. A preocupação terminou ontem, quando receberam 200 quilos de alimento e 200 quilos de água.
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