Italiana que visitou o Paraná estava no voo
A consultora da EVERT, uma agência de desenvolvimento da região da Emilia-Romagna, na Itália, Claudia Degli Esposti, de 55 anos, estava no Voo 447 da Air France. Ela fazia parte de uma comitiva italiana que esteve no Paraná na semana passada a convite do Sebrae para conhecer projetos na área de vestuário em Curitiba, Imbituva e Maringá. O outro membro italiano da comitiva, Antonio Franceschini, executivo da confederação de empresas CNA Federmoda, antecipou a volta para Europa e embarcou em outro voo.
Outros três passageiros que estavam no voo 447 da Air France, que desapareceu na costa brasileira nesta segunda-feira (1º), eram italianos que estiveram em uma missão oficial na cidade de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, durante a última semana.
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A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou na manhã desta terça-feira (2)que aviões de resgate encontraram objetos que podem fazer parte de supostos destroços do Airbus A330 da Air Francem que desapareceu na madrugada de segunda-feira (1º) quando seguia do Rio de Janeiro para Paris. No entanto, ressalta o coronel Jorge Antônio Amaral, vice-chefe do Centro de Comunicação da Aeronáutica, não é possível informar ainda se efetivamente são pedações do avião desaparecido. As imagens dos objetos devem ser divulgadas no fim da tarde desta terça-feira (2).
De acordo com a Aeronáutica, a descoberta aconteceu por volta da 1h da madrugada, por aviões a que estavam sobrevoando a Noroeste de Fernando de Noronha. Os aviões também encontraram mancha de óleo no local, a cerca de 700 km de Noronha e a quase 160 km das ilhas de São Pedro e São Paulo. As informações tereiam partido de um radio-amador em Fernando de Noronha.
Ainda de acordo com o coronel, foram avistados uma poltrona de avião, uma boia laranja, pequenos pedaços brancos e um tambor. Amaral informou também que os destroços foram apenas localizados, mas não recolhidos, uma vez que os navios da Marinha brasileira responsáveis pelas buscas já foram deslocados mas ainda não chegaram ao local. A confirmação de que se trata do Airbus A330 só será feita depois que o material for recolhido e analisado.
Buscas
As buscas ao avião entraram no segundo dia nesta terça-feira (2). Segundo a Air France, o sumiço do Airbus 330-200 ocorreu a meio caminho entre as costas brasileira e africana. As autoridades francesas reconheceram que são escassas as possibilidades de encontrar sobreviventes, mais de 30 horas depois do acidente, ocorrido em uma zona marítima de grande profundidade, pouco mais de quatro horas depois da decolagem do Aeroporto do Galeão, no Rio.
Dois aviões militares franceses (um Breguet Atlantique e um Falcon 50) recomeçaram de madrugada as operações de busca, um deles em uma região onde um piloto da TAM disse ter visto "manchas alaranjadas". Um navio francês fez buscas na área, mas não detectou vestígios.
O ministro francês de Transportes, Jean-Louis Borloo, disse que a "prioridade absoluta" das autoridades francesas é "encontrar as caixas pretas". Ele disse que a zona onde deve ter ocorrido o desaparecimento está "quase completamente delimitada".
O ministro francês da Defesa, Hervé Morin, disse que as buscas prosseguirão "pelo tempo que for necessário".
Três aviões da Força Aérea Brasileira decolaram nas primeiras horas desta terça para dar prosseguimento às buscas.
As três aeronaves Hércules C-130 decolaram às 3h45, 4h e 4h40 para prosseguir as buscas sobre o oceano após dois outros aviões militares terem retornado à ilha de Fernando de Noronha, localizada a 545 quilômetros da costa de Recife, sem qualquer sinal do Airbus A330.
"Neste momento três aeronaves C-130 estão realizando as buscas em áreas diferentes do Atlântico. Uma quarta aeronave tem decolagem prevista ainda para esta manhã", disse por telefone à France Presse uma assessora da FAB em Brasília.
Um avião francês Falcon 50 e uma aeronave norte-americana P-3 também foram colocadas à disposição, segundo a FAB. Nacionalidades
Brasileiros e franceses formavam a maioria dos passageiros. O voo AF 447 seguia para Paris e, aproximadamente às 23h do domingo (31), sumiu dos radares dos controles aéreos quando sobrevoava o Oceano Atlântico e atravessava uma área de turbulência.
Entre os ocupantes do avião - 216 passageiros e 12 tripulantes, segundo a Air France - há um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens.
Segundo o site da companhia, estavam a bordo 58 passageiros brasileiros e 61 franceses, além de 26 alemães, 2 norte-americanos, 1 sul-africano, 1 argentino, 1 austríaco, 1 belga, 5 ingleses, 1 canadense, 9 chineses, 1 croata, 2 espanhóis, 4 húngaros, 3 irlandeses, 1 islandês, 9 italianos, 5 libaneses, 2 marroquinos, 1 filipino, 2 poloneses, 1 romeno, 1 russo, 3 eslovacos, 1 dinamarquês, 1 estoniano, 1 gambiano, 1 sueco, 6 suíços, 1 holandês, 3 noruegueses e 1 turco. A tripulação, de acordo com a empresa, era composta por 11 franceses e 1 brasileiro .
A lista oficial de passageiros ainda não foi divulgada, uma vez que a empresa tentava entrar em contato com todas as famílias antes de revelar os nomes.
A Polícia Federal do Brasil, por sua vez, contabilizou 57 brasileiros a bordo - 56 passageiros e um tripulante, segundo a Anac. Inicialmente, haviam sido registradas 52. A nota da Anac informa que havia alguns passageiros com dupla nacionalidade.
EUA
Os Estados Unidos também ajudam a tentar descobrir o que aconteceu com o Airbus A330 da Air France que desapareceu na segunda-feira sobre o Oceano Atlântico, afirmou o presidente Barack Obama ao canal francês i-TV.
"Os Estados Unidos darão toda a ajuda necessária para compreender o que aconteceu", afirmou Obama em uma entrevista exclusiva à emissora francesa .
Os parentes dos passageiros poderão, se assim desejarem, viajar até a a zona da catástrofe, de acordo com uma decisão do presidente Sarkozy, anunciou o ministro francês Borloo.
Já o secretário de Transportes, Dominique Bussereau, informou que o presidente da República receberá na próxima segunda-feira no Palácio do Eliseu os parentes dos passageiros.
As causas do desaparecimento, que pode se tornar a pior catástrofe da história da companhia aérea francesa e a primeira de um Airbus A330 comercial, continuam cercadas de mistério.
A Air France chegou a citar a a possibilidade do avião ter sido atingido por um raio ao entrar em uma zona meteorológica agitada, de muita turbulência.
"Este tipo de avião está preparados para enfrentar tempestades tropicais, mas deve ter acontecido um acúmulo de circunstâncias", afirmou Borloo à AFP.
A Air France colocou à disposição de familiares um telefone que centraliza informações sobre o acidente: 0800 881 2020 para o Brasil, 0800 800 812 para a França e + 33 1 57 02 10 55 para outros países.
Sem elementos para atentado
O governo da França afirmou que não se pode dizer que o desaparecimento do avião da Air France, nesta segunda-feira, se deva a um atentado terrorista, mas insistiu em que também não se pode excluir essa hipótese.
O ministro da Defesa, Hervé Morin, precisou à emissora de rádio "Europe 1" que por enquanto não há "nenhum elemento" que corrobore esta hipótese como a causa do acidente, embora "por definição" não seja possível excluí-la.
O secretário de Estado de Transportes, Dominique Bussereau, comentou na mesma entrevista que apesar de ainda não se saber "nada" sobre a razão do desaparecimento do Airbus A330 que cobria a rota entre o Rio de Janeiro e Paris, "parece mais uma perda de controle do aparelho".
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