A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta sexta-feira (30) que encontrou o avião que estava perdido na Amazônia. Segundo a Funasa, que tinha uma equipe no avião, são nove os sobreviventes, entre as 11 pessoas que estavam no avião. A FAB não confirma o número de sobreviventes.
Estavam no avião 4 militares: 1° Tenente Carlos Wagner Ottone Veiga; 2° Tenente José Ananias da Silva Pereira; Suboficial Marcelo dos Santos Dias; e 1° Sargento Edmar Simões Lourenço. A aeronave levava também sete funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
A FAB informou na noite de quinta que recebeu um sinal de emergência do avião 58 minutos após a decolagem. A aeronave seguia de Cruzeiro do Sul (AC) para Tabatinga (AM).
Segundo as informações da FAB, a aeronave encontra-se em meio à Floresta Amazônica, entre as Aldeias Aurélio (da Tribo dos Matis) e Rio Novo (da Tribo dos Murugos), próximo ao Rio Ituí, afluente do Rio Javari.
Operação de vacinação
A enfermeira coordenadora da saúde indígena do Distrito de Alto Rio Juruá, Isna Silveira, informou ao G1 que a equipe voltava para Tabatinga (AM) e pegaria um barco até Atalaia do Norte (AM), onde vivia.
A equipe da Funasa havia usado o município de Cruzeiro do Sul como base para a operação de vacinação realizada no Vale do Javari, também em Atalaia do Norte (AM). Segundo a enfermeira, a equipe chegava mais rápido ao local das aldeias partindo de Cruzeiro do Sul.
"Eles saíram das aldeias e chegaram ontem aqui em Cruzeiro do Sul. Nós nos despedimos e eles voltaram para o Amazonas hoje de manhã. É terrível, porque criamos um vínculo. Estamos muito abalados", afirmou Isna.
A enfermeira conta que a equipe é composta por dois homens e cinco mulheres, entre elas, uma gestante. Dois integrantes do grupo eram enfermeiros e os outros, técnicos em enfermagem.
A operação de vacinação teve início no dia 16 de outubro . O grupo seguia com helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) e era deixado em aldeias da região do Vale do Javari para aplicar as vacinas de rotina e também doses especiais. A cada três dias, a aeronave da FAB voltava às aldeias para resgatar o grupo e levar para outras comunidades.
Desaparecimento
O avião Cessna C-98 Caravan da Força Aérea Brasileira (FAB) desapareceu na região da Amazônia, na manhã desta quinta-feira (29).
De acordo com o professor de aeronáutica Cláudio Roberto Scherer, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o C-98 Caravan é usado para transporte, tanto na aviação civil quanto na militar.
"É uma aeronave de turbo-hélice pequena, usada para levar poucas pessoas em trajetos curtos", explica.
O comandante Renato Nascimento, ex-piloto da FAB e hoje na aviação civil, afirma que a aeronave "não tem muitos recursos". "É um aviãozinho pequeno, monomotor. O problema com o monomotor é que se o motor falha, você não tem outro", explica.
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