A faixa exclusiva da Rua XV de Novembro, em Curitiba, gerou redução média de 45% no tempo dentro do ônibus entre a Avenida Nossa Senhora da Luz e a Praça Santos Andrade. A linha Pinhais/Guadalupe, por exemplo, ficou seis minutos mais rápida nesse trecho. Já a Detran/Vicente Machado ganhou cinco minutos.
EXPANSÃO
Os estudos iniciais da prefeitura indicam a criação de mais 16 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus até 2016. As próximas etapas do projeto serão a ampliação da faixa exclusiva da Westphalen até a Avenida Presidente Kennedy e a criação da faixa exclusiva da Alferes Poli até a Rua Brasílio Itiberê.
As conclusões são de um estudo feito pela Urbs a pedido da Gazeta do Povo. O projeto completou um ano em junho. Nas outras duas novas faixas exclusivas de ônibus da cidade, instaladas há quatro meses nas ruas Marechal Deodoro e Desembargador Westphalen, a redução média foi de 24%. O projeto inicial da gestão Gustavo Fruet (PDT) é criar 20 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus da cidade até 2016. Os três projetos inaugurados somam quatro quilômetros.
Infográfico: veja o ganho de velocidade nas vias onde há faixas exclusivas para ônibus.
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Mais de 140 mil passageiros trafegam pelas três faixas diariamente em 41 linhas de transporte coletivo. Os dados disponibilizados pela Urbs se referem à metade dessas linhas. Mas a amostragem engloba 85% das que trafegam na Rua XV de Novembro – via que detém a faixa mais extensa e que foi a pioneira dessa ação na cidade.
Para chegar às conclusões do estudo, a empresa ligada à prefeitura realizou medições antes e depois da implantação das faixas – em alguns casos até três vezes. Nos últimos 15 anos, segundo a Urbs, o transporte coletivo de Curitiba perdeu 30% da velocidade média nos grandes eixos e no anel central.
Mas, assim como em São Paulo, o caminho para ônibus nessas faixas não ficou totalmente desimpedido. Houve contrariedade de comerciantes locais. Eles alegam que o planejamento foi mal feito e sem discussão com a sociedade.
Pressionada, prefeitura começa obras de estacionamentos
Alguns comerciantes chegaram a pagar pelos remansos, mas agora a abertura de parada para os automóveis está sendo custeada com recursos públicos
Leia a matéria completaAntes da pista exclusiva para ônibus, havia três faixas de rolamento e vagas de estacionamento. Agora, são duas destinadas aos automóveis particulares e uma apenas para o transporte público.
A principal crítica é pela remoção das vagas de estacionamento. “Não sou contra a prioridade ao ônibus. Mas tudo precisa ser discutido antes. Agora é que estão fazendo os remansos para estacionamento, após muita pressão. Fico me perguntando sobre o porquê de não terem feito antes”, disse José Mainheriche, 57, dono da Papelaria e Revistaria Alto da XV.
Segundo os empresários, o comércio local teve uma queda de 40 a 50% no movimento. Eles alegam que muitos não tiveram condições de pagar o aluguel e desistiram dos pontos. Adriane Moreira instalou sua primeira loja na Rua XV de Novembro há um ano e, assim como em todo o país, enfrenta dificuldades.
Mas a empresária alega que a faixa exclusiva de ônibus é mais um ingrediente nesse momento difícil. “Minha negociação com o proprietário já estava fechada. Não tinha como voltar atrás. Logo fiquei assustada com o baixo movimento e os comércios vizinhos me contaram que o movimento havia caído muito depois da faixa. E neste ano veio a crise.”
Alheios às críticas, passageiros garantem que a faixa exclusiva da Rua XV de Novembro cumpriu o seu objetivo. E querem mais. “Meu trajeto agora demora 15 minutos, metade do que era antes. O transporte público passou a ser muito vantajoso. Só falta fazer na Rua Marechal [Deodoro] inteira”, cobra Silmara Monteiro. Ela mora no Bairro Alto e utiliza a linha Tarumã para ir ao trabalho, no Centro.
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