Terminal do Portão,ontem. Nenhum ônibus circulou| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O segundo dia de greve começou um pouco pior que o primeiro. É que muitos acreditaram que motoristas e cobradores cumpririam a determinação da Justiça do Trabalho, estabelecida ainda no fim de semana, de colocar a frota mínima nas ruas – 70% nos horários de pico e 50% no restante do tempo. Logo cedo, porém, o que se viu foram terminais vazios e, pior, algumas vias-chaves, como as canaletas das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Paraná, com a passagem bloqueada por veículos atravessados.

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O presidente do sindicato dos trabalhadores (Sindimoc), Anderson Teixeira, admitiu ontem, em dado momento da audiência no TRT-PR, em resposta ao não cumprimento da frota mínima, que havia o risco de a entidade ter perdido o controle sobre a categoria. Alguns relatos de motoristas e cobradores, no entanto, dão conta de que alguns trabalhadores foram impedidos por colegas de sindicato de colocar os ônibus em operação na manhã de ontem.

Congestionamento

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Enquanto os ônibus continuavam parados nas garagens, o trânsito em algumas vias de acesso ao Centro de Curitiba ou mesmo entre os municípios vizinhos e a capital ficou complicado pela manhã. A Linha Verde foi uma das vias mais afetadas nesse sentido. Nas vias secundárias e algumas regiões da cidade, porém, o movimento geral foi muito baixo, com jeito de fim de semana.

Carona

Como os mais de 900 carros do transporte alternativo só puderam fazer trajetos entre terminais, dentro e fora de Curitiba, muita gente ficou desassistida. A solução foi andar quilômetros até o terminal mais próximo ou contar com a boa vontade da família e amigos e esperar por uma carona.

Esse foi o caso do assistente de contabilidade Luiz Alves de Lima, de 52 anos. Na segunda-feira, ele caminhou por duas horas da sua casa, no Aliança, até o escritório onde trabalha, no Centro. Ontem, Luiz pediu carona ao cunhado. "Achei que a greve ia acabar hoje", disse.

Retorno

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Só por volta das 18h15 da tarde é que os primeiros ônibus começaram a circular –uma hora após o término da audiência no TRT-PR que determinou a circulação imediata de 80% da frota com base na promessa de que o dinheiro dos trabalhadores cairá amanhã na conta.

A resistência nas garagens foi grande. Algumas registraram piquetes ou mesmo tiveram dificuldades em chamar motoristas e cobradores de volta ao trabalho.

Alguns ônibus tiveram dificuldade também de circular porque muitos carros do transporte alternativo estavam usando os pontos e vias de passagens em terminais e praças para aguardar por passageiros.

A Urbs diz ter alertado os motoristas dos carros particulares de que com a volta dos ônibus o esquema do transporte alternativo seria suspenso, mas muitos insistiram em esperar que os veículos realmente voltassem a circular para interromper o serviço.

Justamente pela falta de transporte os trabalhadores que estavam nas garagens das empresas ontem à noite admitiam que dificilmente os colegas chegariam a tempo de cumprir a frota mínima de 80%. Às 20 h, segundo a Urbs, apenas 12% da frota circulava. Só hoje a situação deve ser regularizada.

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