A semelhança nas circunstâncias da morte da professora Jussara Araújo e do cineasta Eduardo Coutinho, há uma semana, no Rio de Janeiro, chama a atenção para as falhas no tratamento de transtornos psicológicos graves, como a esquizofrenia, no Brasil. Em ambos os casos, o filho em surto supostamente esquizofrênico foi o responsável pelas mortes por esfaqueamento. As dificuldades de diagnóstico e, sobretudo, a falta de estrutura de atendimento são o estopim desse tipo de tragédia, segundo especialistas.
O professor de terapia ocupacional da UFPR Luís Felipe Ferro, que atua na área de saúde mental, defende que, se houvesse um acompanhamento realmente próximo da família a partir do diagnóstico, as chances de se chegar a um momento de crise seriam mais escassas. "Esse é o nó da coisa toda. Uma mãe aqui de Curitiba, que é usuária do serviço de saúde mental, foi procurar ajuda para o filho que tem problemas com drogas. Desesperada, ela foi informada de que teria atendimento em até três meses. Como falar em atendimento próximo assim?", exemplifica.
Segundo Ferro, muito dificilmente surtos aparecem de uma hora para a outra. O paciente vai dando sinais, ficando mais agitado, a pele muda de coloração e tende a ficar mais oleosa. "São coisas que a família e os profissionais vão percebendo. Se há um olhar próximo, já internam a pessoa para observação, depois encaminham ao Caps [Centro de Atenção Psicossocial] até o quadro ficar estável", explica.
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