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Transporte coletivo

Falta de créditos em bancas prejudica passageiros de ônibus em Curitiba

Passageiros enfrentam fila em banca para carregar cartão-transporte | Antonio Senkovski / Gazeta do Povo
Passageiros enfrentam fila em banca para carregar cartão-transporte (Foto: Antonio Senkovski / Gazeta do Povo)

Alguns passageiros tiveram de voltar a pé para casa nesta sexta-feira (1.º) no primeiro dia da obrigatoriedade do uso do cartão-transporte nos micro-ônibus em Curitiba. Nas bancas da Praça Rui Barbosa, como quinta (31), não havia mais crédito para ser vendido às pessoas que utilizam o cartão.

"Como não encontrei em nenhum local, vou ter de ir andando até o Parolin", conta a aposentada Itamara Cordeiro de Freitas, que estava acompanhada do neto, de 11 anos, e da filha de sua vizinha, de 9 anos.

A advogada Ângela Roberto Villatore, que tentou comprar crédito na Banca Bom Jesus, passou pela mesma situação. "Tentei comprar em quatros bancas, mas não encontrei nada. Agora vou ter de ir andando até o Centro Cívico."

Osni José Pavani, proprietário da Revistaria Cultural, abre seu negócio às 7h40. Às 8h40, segundo ele, os R$ 1.350 em créditos para ônibus, adquirido no final da tarde de quinta, havia acabado. "Agora vou ter de deixar de trabalhar e ir até a Urbs para comprar crédito. Esse sistema não está funcionando."

Para comprar o crédito, os donos das bancas precisam ir à Urbs e fazer o pagamento em dinheiro. Outra opção é realizar um depósito no Banco do Brasil e avisar o órgão, via telefone. "O problema é que os bancos sempre estão cheios. Não compensa fazer isso", reclama Pavani.

Francisco Sildivan, proprietário da Banca da Catia, relatou o mesmo problema. "Vou deixar de trabalhar para ir comprar mais crédito. A gente pode comprar o quanto quiser, mas, às vezes, não temos dinheiro. E no banco é impossível de ir por causa da fila", conta Sildivan, que viu as 1.500 passagens compradas de manhã serem vendidas em apenas uma hora e meia.

Enquanto a reportagem conversava com o atendente Acir Xavier, da Banca Bom Jesus, um homem entrou no estabelecimento e perguntou se tinha crédito. "Não temos", respondeu Xavier. Quando o jornal tentou realizar a entrevista, o homem relatou que não poderia, pois era funcionário da Urbs.

Apesar de não ter conseguido crédito, ele defendeu o sistema. "Eu tentei comprar crédito em outras bancas, mas não consegui. Sei que o sistema tem falhas, mas a ideia é que o melhoremos no dia a dia. Vocês têm de entender que a Urbs é uma entidade pública, e não uma empresa privada. As coisas, portanto, demoram", disse.

Cartão foi bloqueado

A aposentada Maria Aparecida Gonçalves Alves, que colocou 20 passagens em seu cartão avulso na quinta (31), teve uma surpresa ao tentar usá-lo. "Apareceu uma mensagem dizendo que o sistema estava congestionado". Maria utiliza o micro-ônibus Nossa Senhora da Nazaré. "O motorista teve que me deixar em uma rua com ônibus comum para que eu pudesse pagar a passagem com dinheiro", relata.

Fora da lista

A Banca Triângulo, localizada na Praça Tiradentes, na confluência da Avenida Marechal Floriano com a Cândido Leão, não vende crédito. O local está na listagem divulgada pela Urbs. "Nós falamos várias vezes para eles que não entraríamos, mas mesmo assim eles colocaram nosso nome. As pessoas vêm aqui, mas, como não temos crédito, começam a reclamar", relata o atendente Antônio Neto.

A Urbs, via assessoria de imprensa, disse que até o meio-dia desta sexta-feira apenas quatro cartões avulsos não funcionaram. "Foi um problema no chip do cartão. Já fizemos a correção no sistema e tudo está normalizado. O cidadão pode usar tranquilamente", informou a assessoria de imprensa do órgão.

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