Tese de "máfia dos remédios" perde força
A tese levantada pelo governador Roberto Requião (PMDB) sobre uma possível existência de uma "máfia dos remédios", perdeu força.
Apontada pelos deputados como suspeita de integrar esta "máfia", a advogada Ivone Ranzolin foi ouvida pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa.
Ivone teria entrado com pelo menos 50 pedidos de liminares contra a Secretaria da Saúde para conseguir a liberação de um mesmo remédio excepcional.
No depoimento ela explicou: "Representa, como advogada, a Associação Paranaense de Portadores de Doenças Reumáticas. Nós temos casos de pacientes que estão precisando de medicamento por risco de vida e nós estamos tendo dificuldade em conseguir", contou. Leia reportagem completa
Integrantes de associações que representam doentes de diversas patologias estiveram na Assembléia Legislativa nesta quarta-feira (4), onde participaram de uma sessão da da Comissão de Saúde. Segundo as entidades, a promessa do secretário estadual de Saúde, Cláudio Xavier, de resolver o problema da falta de medicamento até o fim do mês de junho não foi totalmente cumprida.
De acordo com as entidades, a distribuição de vários medicamentos já foi regularizada, mas os pacientes continuam sem receber várias medicações a que têm direito na Farmácia Especial do governo. Entre os medicamentos que ainda estariam em falta foram citados remédios para transplantados renais, comprimidos usados no tratamento da esclerose múltipla e drogas usadas para o controle da epilepsia.
O presidente da Comissão de Saúde da Assembléia, deputado estadual Ney Leprevost (PP), afirmou que iria mandar ofícios ao governador Roberto Requião (PMDB) e ao secretário de estado da Saúde, Cláudio Xavier, relatando as informações prestadas pelas associações. Disse ainda que enviaria ainda nesta quarta documentos informando o Ministério Público sobre a situação.
Outro lado
No fim da tarde desta quarta-feira, a Secretaria de Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que os medicamentos excepcionais estão sendo entregues de forma a contemplar todos os pacientes que necessitam deles.
No caso do Avonex, cuja distribuição, de acordo com a Associação Paranaense de Esclerose Múltipla, continua tendo problemas, a secretaria informa que a solução deve ser rápida. O processo de empenho para a compra do medicamento estaria sendo finalizado. Enquanto isso, o remédio está sendo distribuído de forma fracionada aos doentes, segundo o governo.
Quanto às declarações feitas por representantes das associações de doentes, que acusam o governo de tentar diminuir suas obrigações no setor, a secretaria preferiu não se pronunciar.
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