O ensino médio é apontado por educadores como principal gargalo da educação brasileira. Apesar de es­­­­forços, como a tentativa de or­­ga­­ni­­zar um novo currículo, em discussão no Conselho Nacional de Edu­­cação (CNE), falta vontade política para fazer com que os jovens se sintam atraídos pela escola, na opinião do presidente da Câmara de Educação Básica do CNE, Cesar Callegari.

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Ele ressalta vários desafios que vão desde a questão econômica até o enfoque que é dado para o ensino médio brasileiro. "Os jovens são cha­­mados a contribuir na renda fa­­miliar e a nossa escola atual é constituída para a continuidade dos es­­tudos e não com caráter de apli­­ca­­ção no mercado de trabalho", diz. Cal­­le­­gari cita o sistema de ensino dos Estados Unidos, onde ofícios como marcenaria e eletricidade são ensinados aos adolescentes. Ele reconhece o esforço do go­­verno fe­­deral e alguns estados em am­­­­pliar a rede de ensino profissionalizante, mas diz que o ritmo é in­­suficiente pela demanda dos jovens brasileiros. "Sem contar que a escola generalista é de péssima qualidade."

O governo federal tem um projeto que tramita no Senado para tornar o ensino médio obrigatório. A ideia é garantir acesso a todos os jovens brasileiros. Para a doutora em Educação e superintendente do Instituto Uni­­banco Wan­­da Engel, só garantir o acesso não é a solução. "Enquanto o ensino mé­­dio não virar prioridade, os números da evasão dificilmente vão reduzir. Falo de um ensino que no futuro determinará se um jovem brasileiro será ou não pobre."

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