No enterro das crianças ontem, no cemitério Jardim da Saudade, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o pai do menino Luís Eduardo da Silva, 5 anos, o sargento do Exército Luís Fernando da Silva, fez um apelo para os outros pais. "Eu queria alertar a todos os pais para que observem a segurança dos brinquedos, por mais que eles pareçam inofensivos", declarou. Luís Fernando ainda contou que ele e a esposa trabalhavam muito para que o filho tivesse tudo o que precisava. "Nós ainda vamos sentar no quarto dele e chorar muito." O menino foi enterrado às 15 horas.
Cerca de cem pessoas acompanharam o cortejo. Entre eles, o também sargento Hamilton Batista da Silva, amigo do pai de Luís Eduardo. "Estamos aqui para contribuir para amenizar a dor deles", disse. Outro amigo, Paulo da Silva, contou que seu filho de 6 anos costumava brincar com Luís Eduardo. "Meu filho viu tudo na televisão e ficou arrasado. Ele não quer mais nem saber desses brinquedos."
Com relação à responsabilidade, alguns familiares consideram o acidente realmente como uma fatalidade. "Provavelmente era o tempo dele aqui", comentou o tio da criança, Marco Antônio da Silva.
Já o enterro de Amanda de Oliveira Vieira, 8 anos, às 16h30, no mesmo cemitério, foi marcado pelo silêncio. A família ficou recolhida a um canto afastado e não quis se pronunciar. Uma das tias da criança, Cleide de Oliveira, teve de ser carregada para uma ambulância após desmaiar. Assim como no enterro do menino, compareceram cerca de cem pessoas.
Luís Eduardo e Amanda faleceram ao caírem de altura próxima de 30 metros após, supostamente, um vento forte levantar um castelo inflável (onde estavam os dois) e um touro-mecânico na festa de confraternização dos funcionários da Siemens na Associação Desportiva Classista da empresa, domingo. Oito pessoas ficaram feridas.
Feridos
As três pessoas encaminhadas ao Hospital Cajuru receberam alta ainda na noite de domingo. Dos encaminhados ao Hospital do Trabalhador, Maria Makolin Sudul, 83 anos, recebeu alta ontem no início da tarde. Já a menina Aline Pires dos Santos, de 9 anos, deve continuar internada até hoje para reavaliação do quadro clínico. De acordo com a Siemens, todos os custos médicos e funerários das vítimas estão sendo pagos pela Associação Desportiva Classista.