A Justiça aumentou o valor das indenizações para os familiares de uma das vítimas do voo AF-447 da Air France, que fazia a rota Rio-Paris e caiu no mar, em 31 de maio de 2009, quando 228 pessoas morreram. No julgamento do primeiro recurso referente ao acidente, a 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio negou o pedido da companhia francesa de, por meio da aplicação do Tratado de Montreal, limitar o valor pago em 300 mil euros.
Os desembargadores analisaram dois recursos: um da Air France e outro dos pais e avós de Luciana Clarkson Seba, vítima do acidente. Segundo o advogado dos familiares, João Tancredo, as indenizações para os pais, Osvaldo Bulos Seba e Laís Clarkson Seba, foram aumentadas de R$ 510 mil para R$ 600 mil, cada. O valor a ser pago aos avós passou de R$ 102 mil para 200 mil, cada. A decisão também manteve a pensão vitalícia paga mensalmente à mãe, de R$ 5 mil.
Por ainda caber recurso, a Justiça não estipulou um prazo para que a companhia pague as indenizações. O advogado justificou a ação movida por danos morais: "Luciana era filha e neta única, o que já é uma coisa muito grave já que, com o acidente, a família foi aniquilada, não existe mais a possibilidade de descendentes". Segundo Tancredo, quase dois anos depois da queda do avião, pais e avós continuam muito abalados com a perda.
O advogado representa os familiares de 14 vítimas do acidente. Além da família de Luciana, outras sete foram beneficiadas por decisões semelhantes com a obtenção de pensões e indenizações. A Air France recorreu de todas, no entanto os recursos ainda não foram julgados. As seis famílias restantes ainda aguardam as sentenças em 1ª instância. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Air France informou que não se manifesta a respeito das indenizações, que ficam a cargo da empresa contratada pela companhia.
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