O deficiente auditivo Alexandre Oliveira Pontes, de 20 anos, depois de ficar 13 dias preso no 2.º Distrito de Polícia Civil em Londrina, no Norte do estado, recebeu na manhã desta terça-feira (6) a visita da mãe, que mora em Curitiba. Pontes, que é surdo e não fala, foi detido no dia 21 de fevereiro acusado de ter cometido um assalto a uma loja na Avenida Duque de Caxias.
A família do rapaz afirmou que vai pedir indenização do estado pela confusão causada. Pontes está em liberdade provisória e continuará respondendo ao processo por tentativa de furto. Em reportagem do Paraná TV 1ª edição, o rapaz mostra os gestos que fez na loja de conveniência que geraram o equívoco de um assalto.
Como não fala, Pontes fez um gesto com as mãos perguntando quanto era o preço de um achocolatado, mas foi mal interpretado. "É revoltante, simplesmente revoltante, jamais ele faria um negócio desse", afirmou a mãe do rapaz, Suleide Pontes, bastante emocionada ao reencontrar com o filho.
Na reportagem do ParanáTV, o rapaz explica, por meio de gestos, que ficou numa cela junto com outros 30 presos e que foi agredido numa tentativa de fuga. "Pelos policiais. Os presos estavam agitados e estavam todos juntos. Eles (polícia) não querem saber se você é inocente ou deficiente que ta ali junto", afirmou a irmã do rapaz, Ivani Pontes.
Entidades de direitos humanos e de apoio ao deficiente também passaram a acompanhar o caso. "Um policial aborda um ser humano e não é capaz de detectar uma deficiência. Fica um sinal que a Polícia precisa fazer um trabalho efetivo de capacitação para os seus agentes", explicou Martinha Claret Dutra, do Conselho de Pessoa com Deficiência.
Sobre a denúncia de agressão, o delegado chefe Sérgio Barroso afirmou que o rapaz deve registrar queixa para que seja aberta a investigação.
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