Cerca de 500 pessoas fizeram um ato em Curitiba nesta quinta-feira (5), no mês marcado pelos sete anos da morte de Rachel Genofre, para cobrar a implantação efetiva de políticas públicas de combate à violência contra mulheres e meninas. O ato, encabeçado por movimentos feministas e com o apoio da família de Rachel, começou por volta das 15 horas, na Praça Rui Barbosa, no ponto de ônibus Vila Rex, linha utilizada pela menina para retornar para casa após as aulas, no Centro da cidade. Aproximadamente uma hora depois, os manifestantes seguiram em marcha para a rodoviária de Curitiba, onde, em novembro de 2008, o corpo da estudante de 9 anos foi encontrado, com sinais de violência sexual, dentro de uma mala.
Havia representantes de organizações como Marcha Mundial das Mulheres, CUT e sindicatos ligados a servidores públicos, que levantaram bandeiras e cartazes. “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, informava uma das bandeiras.
O ato na rodoviária terminou por volta das 19 horas. Lá, os manifestantes organizaram uma encenação chamada “E se a vida continuasse...”. “A ideia é mostrar o que poderia ter acontecido na vida da Rachel, aos 10, 11, até 16 anos de idade, que seriam completados neste ano de 2015”, explicou Rosani Moreira, da Marcha Mundial das Mulheres e uma das organizadoras do ato.
Os manifestantes também aproveitaram para colher assinaturas de apoio à criação de um segundo juizado especializado em violência doméstica e familiar contra a mulher, na capital paranaense. Para Rosani, o Plano Estadual de Políticas para Mulheres do Paraná, lançado no final do ano passado pelo governo estadual, “não saiu do papel”. “Estamos tentando uma audiência com as sete secretarias estaduais envolvidas no plano. O Paraná está entre os estados brasileiros com os mais altos índices de feminicídios”, destacou ela.
Sem desfecho
O inquérito sobre o caso da Rachel ainda está em aberto. Na visão da família da menina, uma série de erros cometidos pelos investigadores e peritos, desde o início do crime, adia o desfecho do caso. “Foram muitos erros. Mas eu não quero dinheiro do Estado. Isso não vai amenizar a minha dor. O que a gente precisa é de políticas públicas. Para evitar que isso aconteça com mais meninas”, afirma a mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo de Oliveira.
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Procurada pela reportagem, a Polícia Civil se manifestou por nota sobre o assunto, enfatizando que agora há também “uma delegacia específica para investigar crimes não solucionados” e “que não estão sendo poupados esforços para solucionar o crime”. “Até o momento foram realizados mais de 200 exames de DNA com o perfil genético encontrado no corpo da menina”, informou.
O caso
Rachel Genofre desapareceu no dia 3 de novembro de 2008, após deixar a escola em que estudava, no centro de Curitiba. Dois dias depois, o corpo da menina de 9 anos foi encontrado dentro de uma mala na Rodoviária de Curitiba. Desde então, alguns suspeitos foram apresentados pela Polícia Civil, mas nenhum deles foi acusado do crime. Em 2013, a antiga Delegacia de Homicídios (atual Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP), chegou a divulgar fotos das roupas encontradas com a vítima na esperança de que pistas surgissem para a elucidação do caso. Familiares entraram com uma ação na Justiça contra o estado.
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