O presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo 447 (AFVV447), Nelson Marinho, afirmou que vai aguardar a divulgação do relatório oficial do Escritório de Investigações e Análise para a Aviação Civil (BEA, na sigla em francês) para comentar as apurações sobre as causas do acidente.

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Segundo as famílias, um estudo preliminar sobre o conteúdo das caixas pretas do avião, que caiu em junho de 2009 quando fazia o trajeto Rio-Paris, deve ser apresentado pelo órgão francês na próxima sexta-feira, 27.

Marinho voltou a criticar a Airbus (fabricante do A-330 que sofreu o acidente) e a Air France pela construção e manutenção da aeronave, mas disse que prefere não se manifestar sobre as informações divulgadas pela revista alemã "Der Spiegel". De acordo com "um especialista envolvido na investigação", entrevistado pelo semanário, os dados das caixas pretas analisados até agora indicam que a queda do avião pode mesmo ter sido provocada pelo congelamento dos sensores de velocidade, conhecidos como pitots.

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"Prefiro receber essa informação oficialmente por parte do BEA antes de fazer qualquer comentário, mas nós sabemos que a Airbus e a Air France haviam sido alertadas em 1993 sobre problemas com o pitot e com o computador de bordo", disse Marinho. "Esse equipamento deveria ter sido substituído há muitos anos, mas só foi trocado após o acidente".

Pai de uma das vítimas do acidente, o mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho, o presidente da AFVV447, afastou a notícia publicada pela "Spiegel" de que a ausência do piloto na cabine no momento dos primeiros sinais de alerta poderia ter contribuído para a queda do avião.

"Comentários sobre qualquer possibilidade de falha dos pilotos já haviam sido divulgados e foram desmentidos pelo BEA. Conversei muitas vezes com o piloto responsável pelo sindicato francês da categoria e não vejo nenhum erro por parte dos profissionais", avaliou.