Veja o vídeo especial produzido pela Gazeta do Povo mostrando o último adeus a Zilda Arns
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Relembre a trajetória de vida de Zilda Arns nas imagens exibidas pelo programa Meu Paraná
- RPC TV
Trabalho da Pastoral da Criança começou na cidade de Florestópolis, interior do Paraná
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Vida dedicada à saúde pública
Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Leia o perfil completo
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O sepultamento do corpo da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, que ocorreu por volta das 16h50 deste sábado (16) no Cemitério Municipal do Água Verde, em Curitiba, marcou a última despedida dos familiares à fundadora da Pastoral da Criança. No enterro, Zilda foi lembrada pelo primo de Zilda e bispo prelado de São Félix do Araguaia (MT), Dom Leonardo Steiner, como "um exemplo de mulher e de mãe". A cerimônia foi restrita à família e amigos próximos, e ocorreu quatro dias após a morte da missionária, vítima do terremoto que arrasou o Haiti na última terça-feira (12).
"Doutora Zilda foi uma mulher que deixou um grande legado para a Igreja. Somos gratos por tudo o que ela fez", definiu Steiner. Apesar da restrição à entrada da população em geral, de acordo com a Guarda Municipal, cerca de 200 populares estavam em frente ao cemitério no momento em que o caminhão do Corpo de Bombeiros com o caixão de Zilda chegou. Ainda antes de a urna funerária descer do veículo, o público aplaudiu, em memória à médica. O mesmo gesto havia sido realizado na saída do caixão do Palácio das Araucárias, cerca de 40 minutos antes.
"Mesmo sabendo que o enterro ia ser fechado, fiz questão de vir até aqui para agradecer Zilda, que salvou a vida das minhas duas filhas", disse a diarista Jussara de Lurdes, que ficou no portão do cemitério. "As duas, gêmeas, nasceram prematuras e foram acompanhadas pela doutora Zilda até os 5 anos de idade", conta. Hoje, as filhas de Jussara têm 23 anos.
Oficialmente, a última despedida pública à missionária ocorreu durante a missa de corpo presente, que ocorreu entre as 14h20 e as 15h30. A cerimônia, presidida pelo cardeal e arcebispo primaz do Brasil Dom Geraldo Majela Agnello, foi marcada pela comoção tanto dos estiveram no salão do Palácio das Araucárias, onde ocorreu o missa, como das pessoas que estavam do lado de fora do prédio e assistiram ao culto por meio de telões.
A estimativa da Polícia Militar (PM) é que entre 150 e 200 pessoas tenham acompanhando o culto pelos telões e outras 150 do lado de dentro do Palácio. O velório, por outro lado, contou com uma presença muito maior de admiradores. Entre as 11h20 de sexta-feira (15) e as 13h30 deste sábado, quando a visitação ao caixão foi aberta ao público, mais de 7 mil pessoas estiveram no Palácio das Araucárias, segundo a PM. Diversas autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vieram a Curitiba para o último adeus à médica.
Autoridades se despedem de Zilda Arns
O reconhecimento do papel de Zilda como articuladora de políticas públicas para a população ficou evidente com a passagem de diversas autoridades por seu velório. Lula chegou ao local por volta das 20h30 de sexta-feira. Primeiramente, ele se reuniu com o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB) e depois se encontrou com familiares de Zilda Arns. O presidente veio a Curitiba acompanhado de uma comitiva de trinta pessoas, entre ministros e assessores, inclusive a ministra da Casa Civil e pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Leia aqui o que parentes e autoridades falaram sobre Zilda Arns
Neste sábado, estiveram pelo local Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef no Brasil, a senadora Marina Silva (PV-AC), o ex-governador do Paraná Jaime Lerner, o ex-prefeito de Curitiba e secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal, Cassio Taniguchi, e o deputado federal Angelo Vanhoni (PT).
Estiveram presentes, na sexta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB), o senadores Alvaro Dias (PSDB), o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).
Entre as lideranças religiosas da Igreja Católica que passaram pelo local estão Dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, co-fundador da Pastoral da Criança; Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB); Dom Aldo Di Cillo Pagotto, arcebispo da Paraíba e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança; Dom José Antonio Peruzzo, Bispo de Palmas e Francisco Beltrão (PR) e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Pessoa Idosa; Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo de São Félix do Araguaia (MT), primo de Zilda; Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca (SP), representando Dom Paulo Evaristo Arns, impossibilitado de comparecer por motivos de saúde; Irmã Márian Ambrósio, presidente Nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil; Dom Moacyr José Vitti, arcebispo metropolitano de Curitiba; Dom Dirceu Vegini, bispo auxiliar de Curitiba; Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá; Dom Raimundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e presidente do Celam; Dom Nelson Westrup, bispo de Santo André; e Dom Orlando Brandis, bispo de Londrina.
Segundo a Pastoral da Criança, participaram da última homenagem à Zilda representantes de várias outras tradições religiosas, entre os quais o monge hindu Swami Nirmalatmananda.
Chegada ao Brasil
O caixão com o corpo da missionária chegou por volta das 11h30 de sexta ao Palácio, depois de ser levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba.
O avião que trouxe o corpo da médica do Haiti chegou por volta das 3h30 em Brasília, e partiu às 8h30 da base da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Paraná. No Aeroporto Afonso Pena, o avião pousou por volta das 10h20.
O senador Flávio Arns, sobrinho de Zilda, acompanhou o transporte do corpo desde o Haiti. Cerca de 50 familiares foram autorizados a ir até a pista do aeroporto para acompanhar a retirada do caixão da aeronave. Do terminal, a urna funerária seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado pela PM e seguido por carros de parentes de Zilda.
Logo que chegou ao Palácio das Araucárias, por volta das 11h30, a urna funerária foi diretamente levada à sala onde acontece o velório, mas as portas do prédio não foram imediatamente abertas ao público. Entre as 11h45 e 12h15, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração à Zilda no local do velório. Ele fez um agradecimento ao trabalho da missionária.
Flores
Segundo os familiares, seria o desejo de Zilda Arns que no lugar de coroas de flores, fossem feitas doações para o trabalho da Pastoral da Criança. Quem quiser fazer contribuições deve acessar o site www.pastoraldacrianca.org.br.
A tragédia
Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pela presidência da República.
A médica havia chegado a Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para a sexta-feira (15).
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