Vários trechos da ciclovia que passa pelo local já foram ocupados pelos barracos

CARREGANDO :)

Moradores que foram retirados de uma área de invasão no bairro Fazendinha, em Curitiba, na semana passada, estão reconstruindo os barracos de lona em volta do terreno. De acordo com o telejornal ParanáTV 1ª edição, na manhã desta segunda-feira (27) as famílias descarregavam móveis e utensílios domésticos no local.

Publicidade

A área de 170 mil metros quadrados está sendo vigiada pela Polícia Militar (PM) e por seguranças particulares. Vários trechos da ciclovia que passa no entorno, porém, já foram ocupados pelos barracos. Ainda segundo o telejornal, a polícia informou que cerca de 60 pessoas estão acampadas no local.

A prefeitura confirmou que desde sábado (25) os sem-teto estão montando acampamento nas proximidades do terreno. A assessoria de imprensa informou que as famílias estão recebendo apoio do município com alimentação.

Reintegração

Houve confusão durante a reintegração de posse do terreno na manhã de quinta-feira (23). Quatro pessoas ficaram feridas, entre elas uma criança de 8 anos, e três foram presas. Duas por porte ilegal de armas e uma por desacato. Um cinegrafista que acompanhava a operação policial foi atingido por um disparo de tiro de borracha no rosto.

O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, achou que a polícia usou força desnecessária na desocupação do terreno. Depois da ação, Delazari, afastou os comandantes da operação, o comandante do Policiamento da Capital, coronel Carlos Alexandre Scheremeta e do comandante do 13.º Batalhão da Polícia Militar (PM), major Flavio Correia.

Publicidade

Ajuda

Uma comitiva formada por dez pessoas ligadas à invasão se reuniu na tarde de sexta-feira (24) com o secretário municipal de Governo da Prefeitura de Curitiba, Rui Hara. Os manifestantes pediram que a prefeitura encontrasse um local para realocar as famílias desabrigadas. Hara afirmou que não tem como a prefeitura atender a reivindicação dos manifestantes.

Pela manhã os manifestantes já haviam ido à sede da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) e tiveram a mesma resposta. Eles se reuniram com o diretor-presidente, Mounir Chaowiche, para pedir uma solução para as famílias que ficaram desabrigadas. O diretor explicou aos sem-teto que a Cohab não possui recurso para fazer o atendimento de emergência das famílias.

A orientação foi de que todos devem fazer a inscrição no órgão e esperar na fila até que haja lotes disponíveis para os sem-teto. Atualmente, aproximadamente de 56 mil famílias aguardam na fila para receberem um lote.

Invasão

Publicidade

No dia 6 de setembro, cerca de 600 famílias ocuparam e montaram barracas no terreno. Dez dias depois, a invasão já contava com aproximadamente 1,5 mil famílias, ou cerca de 6 mil pessoas. O local também ganhou ligações irregulares de energia elétrica, pequenas casas de madeira e até um escritório de advocacia.

A Varuna conseguiu, no dia 15 de setembro, uma ordem de reintegração de posse da área de aproximadamente 170 mil metros quadrados. A juíza Julia Maria Tesseroli determinou um prazo de cinco dias para que todos os acampados se retirassem voluntariamente do terreno, mas a ordem não foi cumprida. Com isso, a Justiça deu ordem para reintegração de posse.