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A ocupação da Vila Torres espantou um dos principais fantasmas que atormentavam os motoristas curitibanos – os assaltos em sinaleiros na Avenida Comendador Franco. Desde que os 700 policiais estiveram no local, entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março, não houve mais registro de ações dos "quebra-vidros". Muitos deles estavam entre os 32 presos na operação. Por outro lado, os moradores denunciam que os líderes do tráfico saíram ilesos.

"O pessoal graúdo soube da operação antes e saiu fora quando a polícia chegou. Agora, que tem bem menos segurança do que na época, eles estão voltando", afirma um líder comunitário da vila, que pediu para não ser identificado. Além disso, há relatos de que as ruas próximas à Comendador Franco voltaram a ser pontos de prostituição.

O presidente da associação de moradores, Valdemilson Osório de Campos, concorda que os criminosos mais poderosos continuam soltos, mas ressalta que não há mais assaltos na região. "O pessoal que estuda na PUC e no Medianeira (colégio vizinho ao local) não tem mais do que reclamar", diz. Ele também vê avanços sociais e mais acesso aos serviços da prefeitura e do governo do estado.

Segundo Campos, uma iniciativa que pode parecer pequena foi uma das que mais surtiram efeitos positivos. "A carrocinha veio aqui e levou 70 cachorros em duas viagens. Antes eles não vinham aqui porque tinham medo."

A sensação de segurança também animou o comerciante José Cordeiro de Siqueira, 42 anos. Ele e outros colegas de negócio se juntaram há dois meses para fundar o Instituto Vida Nova para ajudar os vizinhos mais necessitados. "Sentimos que era a hora de todo mundo se mobilizar, que as coisas estavam realmente ficando melhores", explica o voluntário. "Estamos fazendo doações, vendo que tem gente cada vez mais interessada. A operação ajudou a mostrar que era hora de mudar a vila ou se mudar dela."

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