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Claro que há ONGs e Oscips que funcionam dentro dos mais rígidos critérios de honestidade e zelo pelo dinheiro público e prestam serviços essenciais à sociedade.

Um exemplo é o programa antiaids do Ministério da Saúde – que jamais teria alcançado o sucesso obtido se não tivesse ONGs por parceiras.

A Pastoral da Criança consegue multiplicar por quatro cada centavo que recebe do governo federal. ONGs que defendem a Mata Atlântica foram parceiras importantes na aprovação de uma lei que dormiu por quase 14 anos nas gavetas do Congresso e, votada e aprovada no ano passado, poderá salvar os 7% que restam desse sistema ambiental.

Mas o surgimento e a multiplicação de entidades fantasmas pode comprometer para sempre os trabalhos das organizações sérias que acumulam sucessos de décadas.

O Ministério do Trabalho é uma pasta que costuma fazer convênios milionários com ONGs e Oscips para a qualificação de trabalhadores. Na gestão de Luiz Marinho, a Unitrabalho, ligada a Jorge Lorenzetti – amigo, churrasqueiro predileto do presidente Lula e um dos coordenadores de sua campanha à reeleição –, foi contratada por R$ 3 milhões, com a finalidade de fiscalizar os convênios assinados com as entidades.

De acordo com o site Contas Abertas, especializado nas contas públicas, a ONG ligada a Lorenzetti recebeu R$ 18,5 milhões do governo Lula de 2003 a setembro de 2006, quando o churrasqueiro se envolveu no escândalo do dossiê Vedoin e foi chamado de aloprado pelo presidente. Ainda conforme o Contas Abertas, em 15 de setembro do ano passado, foram repassados R$ 4,1 milhões para a Unitrabalho.

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