Na favela Chácara do Céu, no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, ocupada pelo Batalhão de Choque desde a madrugada deste domingo, a situação é de tranquilidade. Moradores oferecem café e biscoito aos policiais. Segundo uma das equipes da Polícia Militar, 17 homens ocupam as vielas da comunidade. A previsão é de que as equipes fiquem até amanhã, pelo menos, quando serão substituídas.
O aposentado Egmont Carvalho, de 52 anos, há seis na Chácara do Céu, contou que a população estava apreensiva com as informações sobre a ocupação, mas agora aliviada. "Somos 250 famílias apenas já tivemos momentos de tiroteio, mas nunca muito frequentes. Meu maior medo era a revista das casas ser violenta. A gente já tinha paz, mas agora vai ser definitiva", disse Carvalho, que está desde cedo na porta de casa, conversando com um grupo de policiais.
A Chácara do Céu já fora usada como rota de fuga de traficantes do Vidigal, que é próximo, para o Leblon. É acessível pelo Parque do Penhasco Dois Irmãos e pela Avenida Niemeyer, por isso era considerado estratégica pelos traficantes, até por chamar menos atenção da Polícia. Segundo moradores antigos da Chácara, nunca houve lá um tráfico forte, nem traficantes residentes na comunidade, mas sim bandidos que saíam do Vidigal e iam vender drogas em alguns pontos da favela.
Caça-níqueis. Integrantes do Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar fluminense apresentaram há pouco no 23º BPM, onde funciona o centro de operações da ocupação das favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, 16 máquinas caça-níqueis. Eles apreenderam o material sob uma lona, perto de um bar, no Vidigal, morro que ocuparam nesta madrugada - ao mesmo tempo, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) entrou na Rocinha.
Policiais relataram que também no Vidigal os traficantes espalharam óleo nas vias, na tentativa de impedir a entrada da Polícia, mas não tiveram sucesso. Também lá não houve resistência.
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